21 abril 2010

O grande dia D

Feriado, dia lindo de sol. Sai pra caminhar e depois um almoço entre família e na ida ao destino me deparei com uma multidão chegando ao autódromo de Interlagos, região em que moro. Fiquei espantado com tanta gente. Parei no posto para abastecer o carro e ouvi da frentista.
–“Hoje o Bispo Macedo vai ficar mais rico um pouco”.
Foi ai que me dei conta de que era uma concentração da Igreja Universal. –Caramba. Pensei eu. –Eles vão botar pra quebrar! Tive vontade de desmarcar o encontro regular que temos na nossa igrejinha, mas acreditei que em nosso horário tudo aquilo já estaria terminado. Hum...me enganei. Foi aquele desespero chegar de volta ao meu bairro e encontrar o povo saindo. Chegando é mais calmo, saindo é aquele desespero. Todo mundo querendo encontrar seu ônibus, seu povo, sua gente, seu lugar e eu ali no meio daquilo tudo. Cada rua que eu entrava pra fugir me deparava com a multidão. Nada funcionou! Há alguns quarteirões de minha casa e não conseguia chegar. Rapidamente comecei a telefonar pra quem eu lembrava para desmarcar a nossa reunião. Enquanto fazia isso pensava:
-Esse povo vem buscar a Deus e torna a minha vida um inferno! É paradoxo! Consegui falar com alguns e outros não, mas enquanto isso uma irmã me liga da igreja avisando que alguns já estavam lá. Então fui pra lá e fizemos um memorável bate papo que eu gostaria de ter feito a muito tempo. Deus preparou tudo!
O interessante é ver que no jornal da IURD depositado em minha casa estava escrito que seria o dia D. Na página principal eles convocam todos para manifestar a sua fé diante das criticas que vem recebendo. Caramba! Pensei! Eu sabia disso! Tinha certeza de que tudo aquilo era uma massa de manobra. Gente que ficou no sol, não entrou, os que entraram ficaram apertados, no fedor de suor, música alta, um inferno a meu ver, mas no deles o paraíso e se o paraíso for essas concentrações de fé eu não quero ir.
Em ano de eleição o Bispo mostra a sua força e manda o recado, mas usa o linguajar espiritual pra não ficar evidente. Não adianta, eu pego a incoerência porque no mesmo jornal ele escreve contando a sua história de sucesso pra encorajar o povo mas usa de paradoxo, incoerência e furos quando diz: -“Eu larguei tudo e mergulhei na obra de Deus acreditando no Deus de Abraão e nesses 30 anos de Igreja Ele tem mostrado que é. Nada caiu do céu, tudo foi construído com as nossas próprias mãos, com muito trabalho, mediante atitude que tomei com Deus.”
Ué...foi Deus ou foi ele? Confuso não? Mas é porque isso tudo é uma desculpa para o objetivo real. Mostrar ao mundo, a mídia, aos políticos e a quem quer ver que a Igreja Universal pode brigar com a católica, com os espíritas e com muito mais.
As incoerências mostram que não há teologia, Bíblia ou verdade, mas interesses e esquemas onde o povo que gasta dinheiro e se desloca é mais um objeto de manipulação possível por causa do ego fraco de todos e a megalomania dos líderes.
Jesus fala do dia D mandando entrar no teu quarto e em secreto falar com o Pai.
Eles colocam o encontro como o grande dia da decisão que devem fazer pra Deus agir. Um Deus que precisa de uma forcinha, um empurrão e uma decisão minha pra poder fazer alguma coisa. Se for verdade eu também não quero esse Deus fraco que precisa de uma ajuda minha, mas na verdade esse discurso da IURD é só uma capa de algo mais podre por baixo.
Tenho pena desse povo todo que vi debaixo do sol e de tantos outros pelos estados afora que atenderam ao chamado do Bispo negro, a sombra que assola ao meio dia.

O outro maior problema deixado pelos participantes foi o "mar" de lixo jogado em vias públicas.

15 abril 2010

Eu já havia alertado!

Em meu blogger, este que você lê, publiquei uma matéria em que faço denuncias sobre um homem chamado Davi, não o da Biblia, mas o do ministério Casa de Davi, ministro de louvor, onde também publico juntamente com vídeo onde ele diz estar sendo importunado por um anjo. Desde que vi isso achei que ele era e é doente, o que neste link publicado abaixo confirma isso.
Ele pede perdão por contar mentiras. Honesto e ao mesmo tempo ingênuo ou quem sabe dando espaço para a cura revela neste vídeo suas peripécias como muitos por ai afora.
Ao meu ver carrega desde pequeno a imaginação em que acredita ser verdade.
Quem não mentiu foi eu por ter escrito o que escrevi!

http://www.ogalileo.com.br/cristianismo/materias/davi-silva-da-casa-de-davi-confessa-ter-contado-testemunhos-falso-por-10-anos

14 abril 2010

Inconsciente Religioso III

Em Apocalipse 13, a besta que emerge do mar, tem para os interpretes do texto a idéia de ser o Império Romano o dominador do mundo, mas especificamente o opressor dos cristãos. E foi!
Domiciano, que segundo os antigos acreditavam ser ele uma reencarnação de Nero, foi para os crentes dos dias de João o demônio, ou melhor, a besta. Na simbologia do apocalipse o mar é o problema, a opressão e maldade. Séculos depois essa Roma se cristianiza e continua sendo dominadora e opressora quando o Vaticano luta contra os Protestantes no movimento de separação e reforma com a denominação protestante. São os católicos que criam essa nomenclatura por protestaram contra os abusos da Igreja.
A mente continua escrava da vontade de dominar e neste sentido Roma tem na sua essência o “espírito” dominador, porque mesmo sendo a Roma dos cristãos católicos, sua mente ainda é a de Nero, Domiciano e tantos outros. O mesmo ocorre em muitas outras culturas onde sempre há um que tem no inconsciente o coletivo cultural da necessidade de dominar e oprimir, sempre com uma face de moralidade e bons costumes.
Nas igrejas temos os pastores e lideres que se não dominam não conseguem exercer a sua liderança e assim o povo exige que seja quando legitimam a dominação com desculpas de que são os ungidos do Senhor e não devemos tocar neles. Temos nas famílias o patriarca que exerce a dominação mesmo que subjetiva. Nas culturas temos os dominantes culturais, e assim o inconsciente coletivo se prolifera.
Voltando para Roma e seu cristianismo, na história temos claramente o papa dominando em nome da fé e com isso fazendo o rastro de Roma e Nero e outros, dominando em nome da imagem e da fé neles. Todos que saíram deste caminho eram condenados a morte. Na Roma de hoje também todos que saíram se tornaram hereges e foram condenados a morte com a fogueira das bruxas.
Esse inconsciente arquetípico perpetua e faz daqueles que tentam romper com ele o inferno aqui na terra.
Nas Igrejas evangélicas de hoje estamos no caminho do papado, porque a reforma tem de continuar a existir, com isso a mentalidade de ser um líder dominante perpetua nas consciências subjetivas e tomam a forma disfarçada de apostolado.
A adoração ao pastor e bispo que curam em seus cultos traz consigo o inconsciente coletivo arquetípico da idéia de ser ele objeto de culto. Onde ele fica é o centro literalmente. Se o doente não for a te lá estará condenado a sua enfermidade eternamente. Tem de acreditar no que o “imperador” está dizendo. E o incrível é que funciona e a isso não considero ser Deus como Senhor em que acreditamos, mas o deus que existe no self de cada um segundo Jung, porque na maioria das vezes não se tem dos curados uma conversão.
Nas igrejas ditas apostólicas quem não se encaixa nessa inconsciência e tenta romper está fora da visão e é execrado para fora numa fogueira fictícia da desmoralização.
É visto como não espiritual e está condenado a vagar eternamente por não se deixar dominar por este inconsciente coletivo.
Voltando para o texto de apocalipse, vemos hoje a besta que emerge do mar, mas de perseguição aos que saem do padrão e a besta persegue os que insistem não viver debaixo da dominação do papado, imperador e apóstolos modernos. Acho que os pastores se encaixam aqui também.
O que fazer diante de tamanha dominação? Terapia neles!

04 abril 2010

Rick Martin e seu Homossexualismo

Dou uma pausa no que venho escrevendo sobre inconsciente religioso para tratar um assunto que veio como notícia mesmo não sendo surpresa para alguns, que foi a declaração de Rick Martin e sua opção ao homossexualismo.
Sua declaração em dizer que aceita sua opção sexual como um presente de Deus não foi uma afronta aos cristãos, mas uma ingenuidade tamanha da parte do declarante.
Primeiro porque se há um livro no mundo em que possamos afirmar que é o livro de Deus é a bíblia e ela não apóia o homossexualismo.

“Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.” Lv.20.13
“Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.” 1Cor.6.10


Segundo porque a declaração do Rick nos mostra que houve uma luta constante para negar a homossexualidade e se houve um conflito não podemos afirmar que é uma opção. Para se ter opção é necessário ser livre para optar. Dizer que é um presente quando não se tem a liberdade de dizer não é ser escravo sem saber. Estamos tão acostumados com o sim que nos esquecemos da benção do não. Só os livres é que podem usar o não diante da modernidade e dos costumes populares.
A sociedade tem facilitado atitudes como essa, ou melhor, tem dado aos inúmeros pervertidos escondidos deste planeta a grande chance de “sair do armário” como tem se dito, com isso a sociedade vê nesta era a máxima de Freud que o Ego não é senhor em sua própria casa.
Fica a dúvida se Rick Martin é mesmo homossexual ou cansou de ter as mulheres que quis e agora parte para outra experiência ou tem em sua zona erógena anal um desejo forte por ser possuído num ímpeto de fragilidade por ter vivido uma vida de poder. É a outra ponta da vida. Veja que muitos poderosos da história eram homossexuais.
Nas declarações dos homossexuais é notória a força de suas pulsões e o disfarce é afirmar que optaram, quando as opções são apenas uma entrega ao desejo reprimido que num momento da vida rompe com força total sobre a égide da sociedade libertina.
Como muito bem disse Lacan, psicanalista Francês: “A homossexualidade é a fobia do diferente.” Se ele não disse isso, eu estou dizendo agora como psicanalista que sou.
O homossexual só sente conforto pelo que lhe é conhecido e ao estar com o diferente não se tem intimidade e a isso o mundo tende a chamar de opção? Estamos perdendo o entendimento do significado das palavras!
Coitado do Rick Martin, ele está absolutamente refém das pulsões e recorre ao mecanismo de defesa que lhe anestesia o sofrimento em dizer que sua homossexualidade é um presente, pois para os sem-Cristo não há poder que lhes façam vencer as paixões da carne.
Segundo a Bíblia, presente é não ter esse tipo de desejo.
“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si;
pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!
Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza;
semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.
E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes,
cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores,”
caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais,
insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia.
Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.”
Romanos 1.22,24-32