As palavras parecem iguais mas tem sentidos diferentes. A solidão é o sentimento que temos quando vivenciamos dificuldades na vida e não encontramos alguém que possa estar ao lado. Solidão é um momento cruel que assola como sol escaldante quando a depressão invade o ego e o joga no chão. Sendo casado(a) ao chegar em casa o conjuge não lhe abraça, aconchega e os filhos nem lhe olham na cara. O único que lhe faz festa é o cachorro mas não serve porque voce sabe que ele o faz por instinto e não por afeto. Solidão é o martelo que destroi a única esperança que resta. É o aviso de que não há ninguém interessado na sua dor ou a incompetencia alheia é muito grande em lhe atender. Solidão também é o momento importante a ser vivido para que o ego entenda que não pode ser atendido em tudo. Mas conceituando na negatividade é imperativo que a solidão sobrevive como algoz na vida do que sofre e sofre a carencia do outro. Bem, aqui eu falo pelos homens que escuto diariamente. Nós sofremos o distanciamento materno e quando casamos a esposa não consegue ou não quer fazer o papel de substituta e nem desenvolve o próprio. É comum os homens reclamarem que suas esposas não são carinhosas, não dão sexo na medida ideal, não o ouvem, não dão colo, não são sedutoras e ainda exigem fidelidade. A solidão tende a dominar e o ego tende a buscar espantar a solidão com um achado. Por isso que a amante é a mulher ideal, porque ela apenas dá o colo e o sexo que vitamina e levanta o ego para continuar enfrentando o leão lá fora.
Pensando na solitude só consigo vê-la como algo em que procuro para pensar sobre a vida e aquietar a alma. Solitude é um momento fabricado para encontrar a alma e fazê-la aquietar-se mas só consigo ir ao encontro da solitude se tiver resolvido o problema da solidão. Senão na solitude eu dou de cara com a solidão e lá ela me assassina. A solitude sob o fantasma da solidão é perversão. Essa perversidade aparenta agradar mas oprime no final.
Uma solitude sadia é estar só mas não solitário.