19 dezembro 2007

Eu não gosto do natal

Eu não gosto do natal! Mas não se assuste, porque eu não gosto é do que fazem com o natal!
A mídia tornou a comemoração do nascimento de Cristo em um mercado que privilegia os ricos, oprime os da classe média e exclui os pobres.
A festa de natal tem o seu ápice na comilança e no exagero das compras.
Na hora da dita ceia, Jesus não é nem citado, mas perto das zero horas, o “bom velhinho” é esperado com ansiedade. As crianças entram em frenesi e os velhos choram por ver a alegria das crianças. Alegria essa fundamentada no materialismo dos produtos comprados.
Lá fora, nas ruas e nas favelas, um outro choro, mas o choro de tristeza, choro de fome e de solidão.
Enquanto os ricos comem, os pobres jejuam esperando pelo dia seguinte onde quem sabe, poderão vasculhar os lixos pra ver se sobrou uma espinha do bacalhau pra chupar.
Um espírito de tristeza acompanha os que perderam entes queridos. Uma melancolia aprisiona os mais sensíveis e nas ruas não fica uma viva alma.
Eu não gosto do natal por isso! Gostava quando não era crente! Principalmente quando era criança, porque esperava como os outros o meu presente que pretendia ser o financiador de minha alegria por todo ano. Alegria falsa é claro. Não durava dois meses para ele ficar encostado em alguma prateleira, embora meus pais lembrassem dele por um bom tempo enquanto estavam pagando. É assim na vida de muitos que buscam prazer e alegria neste dia chamado de noite feliz.
Embora eu não goste do natal, usufruo dele ao redor da mesa, acompanhado da família e parentes, esperando a troca de presentes, mas agora com um “espírito” diferente do de antes. Eu não creio mais que eles me darão alegria por todo ano, que na realidade, eu nem espero mais presente algum. Meus filhos não ganharão presentes, para que saibam que essa data não foi criada para satisfazer a alegria do egoísmo amparada pelo capitalismo. Você que é crente, resista ao apelo mundano de comprar e proporcionar alegria falsa na mesa que deveria ser de todos e não apenas de alguns. Se todas as igrejas abandonassem suas abastadas festas e dessem comida pros pobres, o natal faria sentido!

18 dezembro 2007

2008 o que muda?

Chega à noite do dia 31, muita gente acredita que a vida misteriosamente irá mudar sem nenhum esforço pessoal. Pulam cadeira, comem ervilha, chupam caroço de romã para guardar na carteira e muitas outras superstições mil.
Eu não faço nada disso, porque a vida não muda com essas “mágicas”, mas com Jesus e decisões pessoais direcionadas.
Para 2008 que começa hoje em mim e não dia 1 de janeiro, decidi tomar algumas posições pessoais. Não preciso esperar o ano virar, mas desde que descubro erros em mim e sonhos guardados na gaveta, no momento da descoberta eu tenho de decidir ser o momento da mudança. A virada tem de ser agora e não depois.
Eu preciso mudar o meu jeito de aconselhar, porque conselho leva as pessoas a decidirem baseadas nas suas idéias e quando não dão certo você é o culpado. Leve as pessoas a uma decisão por Cristo, o resto, é por conta de cada um. Aprendi isso! Se funcionar, não é você o responsável, mas se der errado, também não!
Eu tenho experimentado que abrir o coração é muito bom, mas penoso, porque um dia, o seu segredo irá se voltar contra você. O único lugar seguro para se falar de sonhos e dissabores é com Deus em oração e que ela não seja em conjunto com mais ninguém. Só você e ELE! Preciso mudar o meu jeito de acreditar em todo mundo! O mundo não é confiável! Mesmo sabendo disso tenho tentações enormes de me confiar a pessoas, mas sei que preciso ser mais cuidadoso. E serei, pode ter certeza! “Boca fechada não entra mosca!”
Uma coisa não mudará porque estou certo de que é o certo! Contar fatos! Não fazer julgamentos e juízo de valor de ninguém.
Eu tenho percebido que falta de disciplina me leva a fazer o que os outros querem e meus projetos ficam para segundo plano. E isso nunca é valorizado pelos outros! Qualquer desorganização e indisciplina que você tenha, um dia vão falar mal dela, até mesmo aqueles que usufruíram dela! Quando se encherem de você, vão dizer: “Ele é desorganizado e indisciplinado!” Decidi fazer o que é certo e o que é importante, dane-se se gostarem ou não!
Um problema que tenho, mas não terei mais apartir de hoje é o de não decidir até mesmo contra alguém. Sempre faço concessões, abro mão de opiniões e depois lá na frente, sou questionado por não ter sido determinado. Pombas... fiz por amor, mas fui visto como frouxo! Decidi defender minhas opiniões e decisões, mesmo que fique sozinho! Mas sei que há posições secundárias que não valem uma discussão, essas eu continuo deixando em segundo plano, como por exemplo, achar que o Palmeiras é melhor que o Corinthians. Gosto não se discute!
Decidi seguir o conselho de uma senhora de 80 anos. Ela sempre me diz: “Pastor, o senhor é muito transparente, não seja assim.” Ela está certa, porque minha honestidade e transparência prejudicam de vez em quando. É melhor não arriscar!
Serei mais amigo dos meus filhos, mais do que fui até aqui. Serei mais marido e companheiro da minha esposa, muito mais do que fui até agora.
Trabalharei para executar sonhos pessoais sempre deixando a oportunidade de o SENHOR mudá-los.
Darei mais atenção ao conselho do meu pastor que me dizia: “Jeam, não seja refém do problema dos outros.”
A teoria da análise transacional já diz: “Eu estou OK, você está OK; Eu não estou OK, você não está OK; Eu sou OK e você não é OK e Você é OK, mas Eu não sou OK.
O ideal é estar OK, porque o outro também estará OK, senão, as pessoas sempre serão culpadas por minhas tragédias e eu das delas.
E você o que pretende mudar apartir de hoje para 2008?

05 dezembro 2007

Eu Acredito! E você?

“Acreditar naquilo que é possível, não é fé, mas simples filosofia”
Thomas Browne Inglaterra, [1605-1682], Escritor/Médico

Quando escrevo, tenho inclinações de ser provocador e implicante. É o meu estilo literário! Até quando falo, sou polêmico. Deus faz profetas, mas não desfaz o homem!
Acreditar faz parte do meu jeito, personalidade e caráter! Em que acredito, compartilho, manifesto e publico.
Todo homem e mulher também, acreditam em alguma coisa. Cada um tem sua “filosofia” de vida e muitas delas são apoiadas pelas Escrituras sagradas e outras são condenadas.
Eu tenho vivido nas coisas em que acredito e algumas delas me machucam, mas não as posso mudar porque são verdades. Se abandonar o narcisismo primário viverei com dores e alegrias, mas em todas elas com a verdade e em paz com minha consciência, embora esteja em guerra com as minhas emoções. O ponto nevrálgico é a decisão que farei! Viverei com o que sinto ou com o que acredito?
Eu acredito que aprendo com qualquer um, inclusive com os erros!
Eu acredito que baseado nas escolhas que fazemos colheremos o bem ou o mal.
Eu acredito que Deus escolhe pessoas, inclusive a mim pecador!
Eu acredito no relacionamento conflitante, pois eles me purificam e me confrontam. Já trabalhei com pessoas bem diferentes de mim, sabendo dos riscos, mas trabalhei apesar deles porque acredito na diferença e que posso crescer com eles.
Eu acredito na mentira dos outros, mesmo sabendo que é mentira, porque elas são pra mim, mas não pra quem as conta.
Eu acredito na Igreja Brasileira, embora tenha sido mais Americana do que Brasileira, eu acredito, mesmo percebendo que se continuar assim irá desaparecer como Igreja que Jesus idealizou. Uma comunidade de pecadores a caminho da santidade!
Eu acredito que um casal podem se separar, mas não podem se matar! E acredito que se entenderem as suas diferenças e tirar proveito disso, não irão nem se matar nem tampouco se separar.
Eu acredito que as famílias são o pilar da sociedade e da Igreja. Famílias boas, igrejas boas, famílias ruins sociedades ruins.
Eu acredito na Bíblia, mesmo sabendo que muitas vezes ela vem na minha direção e me atropela, mas eu acredito em tudo, até na história de Adão e Eva. Pode parecer historinha “pra boi dormir”, mas acredito nisso e não em acasos e desencontros.
Eu acredito que no fim tudo dá certo, se não der é porque ainda não é o fim!
Eu acredito que viver é mais complicado por minha causa do que por causa dos outros, embora os outros compliquem e muito a minha vida. (rsss)
Eu acredito que viver em comunidade é o plano de Deus, mesmo percebendo que é difícil e que por muitas vezes vou ficar com raiva e indiferença, mas acredito que é isso mesmo que Deus quer tratar em mim e nos outros.
Eu acredito que as pessoas que não conseguem viver nas diferenças são egoístas e narcisistas.
Eu acredito que o problema do Brasil politicamente só tem jeito se o individuo político tiver um encontro com Jesus, e não com propostas “justas”, porque ninguém é justo sem Jesus.
Eu acredito que muita gente, inclusive os banqueiros vivem da pobreza dos outros muito mais do que com a riqueza de alguns. Quem dá dinheiro pra banco é pobre desesperado. E acredito que isso só terá fim na volta de Cristo e não com governo “A” ou “B”.
Eu acredito na conversão das pessoas e acredito que uma pessoa transformada por Jesus é sensacionalmente agradável aos olhos. É demais!! Eu não canso de admirar!
Eu acredito na amizade, embora tenha sido traído muitas vezes por ela, mas acredito, porque só quem acredita é que está perto do engano e não o contrário.
Eu acredito na vida e nas suas contradições.
Eu acredito no amor, pois tenho vivido ele dia a dia perto de gente que amo e sou amado.
Acreditar é remédio para a mentira, e para a vida. Tenho “dó” de quem deixou de acreditar, porque deixou de viver. Como posso viver sem acreditar?

“É tão arriscado acreditar em tudo como não acreditar em nada.”
Denis Diderot França[1713-1784]Filósofo, Escritor

Gente sem Palavra. Como combater?

“No mundo há muitas palavras mas poucos ecos”
Johann Wolfgang von Goethe Alemanha[1749-1832]Escritor, Cientista, Mestre de Poesia, Drama e Novela

Minha esposa recentemente me disse que está impressionada com o número de gente que promete, mas não cumpre. Freqüentemente ouvimos das pessoas promessas e não vemos ações.
Elas dizem que vão telefonar, não telefonam, vão chegar, não chegam, vão visitar, não visitam, vão depositar, não depositam, vão orar, não oram, vão ficar juntos, não ficam e que irão ficar firmes e não ficam.
Como podemos combater essas pessoas que não tem palavra?
Cada vez mais vemos gente assim! O mais triste é que pensamos que a conversão irá mudar essas vidas, mas não muda, ou, talvez, não são convertidas de verdade.
Sei que muitas vezes os compromissos que assumimos são roubados sem que tenhamos força para evitar. São os chamados contratempos!
O que não consigo aceitar é o fato de não termos como avisar, sendo que vivemos numa geração de tecnologia e comunicação. É celular e “orelhão” pra todo lado e como não há como avisar do não cumprimento dos compromissos? É descaso mesmo!
A cada dia mais cresce o número de pessoas que procuram a igreja num dia e somem no outro. Não temos compromisso comunitário. Eu recebo semana após semana pessoas dizendo: “Pastor, achei a igreja dos sonhos. Ficarei aqui e quero trabalhar. O que precisar de mim, por favor.”
Passa uma semana e cadê o irmão solícito? Sumiu! Qual o motivo? Não tem, é fogo de palha mesmo e descompromisso.
Vivemos num tempo de egoísmo e de solidão! A vida é minha e o outro não irá participar dela. O individualismo está cada vez maior!
Antes de proferirmos uma palavra, deveríamos saber primeiro se iremos ter condições de cumprir, para não sermos tolos.
Tenho ouvido de missionários que diversas pessoas prometem ajuda e não cumprem. Eles ficam no campo a mercê dos mentirosos.
A Bíblia diz sobre quem habitará nos tabernáculos de Deus, e são os que juram em dano próprio. Os que proferem palavras e cumprem.
Se quiser conferir, veja em Salmo 15.

02 dezembro 2007

O Menestrel de Shakespere

Se quiser ver o vídeo, clique no título e veja.

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

27 novembro 2007

Desonestidade!

"Não procures proveitos desonestos, os proveitos desonestos são perdas". (Hesíodo)

Estamos acostumados a ouvir que pessoas desonestas são aquelas que trapaceiam roubando pertences.
Ouvimos comumente que os desonestos são os que querem ganhar sobre os outros mentindo para se favorecerem.
Lemos nos jornais sobre a desonestidade de políticos e governantes. Os órgãos governamentais fazem campanhas para frear a desonestidade nos impostos.
Por conta deste perfil da desonestidade, temos a tendência de nos esquecermos da desonestidade que ocorre nas relações pessoais.
Eu falo daquela desonestidade quando contamos um fato só pelo nosso ângulo e ponto de vista. Alguém uma vez disse que todo ponto de vista é visto por um ponto. A desonestidade ocorre quando contamos um fato por um único ponto e negligenciamos o outro ponto.
Falo da desonestidade que as pessoas cometem quando rompem as relações pessoais causando intrigas e difamações e quando o ouvinte escolhe um lado da história sem dar ao outro lado o direito de contar o outro ponto. Isso é desonestidade!
Escrevo sobre a desonestidade que praticamos quando esquecemos as coisas boas que as pessoas nos fizeram e focamos nas ruins. Pastor Jeremias Pereira me disse que se olharmos para as coisas ruins dos outros não sobra nada, nem eu e ele escapamos.
Acordei pensando nisso! Como as pessoas são desonestas! Como elas falam do que lhe interessa e quando são abordadas naquilo que não as satisfazem elas criticam e somem sem deixar pistas.
Nós, os pastores, somos “vítimas” de gente assim! Pra nós é muito difícil aconselhar casais em crise, quando o outro não aparece no aconselhamento. Estamos sempre com um lado da história! Desse jeito fica impossível ajudar, mas quando sugerimos que o outro venha, os dois somem. Como é difícil tratar intrigas sem a presença dos envolvidos nela! Sempre se tem apenas um pra se queixar. Os outros envolvidos nem sempre aparecem. E assim, continuamos com apenas um lado da história. É mais fácil sermos desonestos e fugirmos do que sermos honestos e aparecermos no confronto.
Desonestidade é o que as pessoas cometem quando buscam valer suas opiniões sem dar direito ao outro de expressar a sua.

É desonesto quando na esfera espiritual culpamos Deus ou o diabo por algo ruim que nos acontece, sendo que muitas vezes foi desplicencia nossa ou preguiça. É fácil dizer quando as coisas não funcionam que o diabo está por trás. Não quero ser advogado dele, mas muitas vezes culpamos o diabo para fugir de nossas responsabilidades e isso é desonesto!
Eu mesmo já cometi desonestidade opinando sobre coisas e pessoas das quais não tenho toda a história. É melhor e mais confortável opinar sobre fatos, mas mesmo assim corremos o risco de falharmos e sermos desonestos na avaliação.
Quando uma pessoa sai de uma igreja, ela assim o faz por suas razões pessoais, mas é inevitável que deixe de culpar alguém por isso. A desonestidade sempre empurra a pessoa a culpar outra. Difícil alguém que assume suas falhas. A culpa é sempre do pastor, da programação e de diversas coisas. Ninguém diz: “Eu sai porque pequei e o pastor me pegou. Fiquei com vergonha e não quis continuar com aquele grupo”. Ou: “Sai porque sou muito critico e o que se diz na igreja eu não consigo engolir” Sou muito chato pra ouvir sem criticar”. Ou até mesmo: “Sai porque não quero me envolver com nada.” Ou, “Porque quero fazer outra coisa em outro lugar”. Não, as pessoas não dizem isso, elas ocultamente dão espaço para a desonestidade e saem culpando alguém como se fossem donas da verdade.
A desonestidade é marca presente nos relacionamentos! Por isso que pedir perdão é a marca do cristão, porque para pedir perdão é preciso assumir que errou sem direitos a desculpas, porque desculpas é ainda se esquivar da responsabilidade.
É muito desonesto o processo das relações, mas mesmo assim, continuo acreditando nela, porque é através dela que cresço como Cristo quer. E sem sofrimento não há cristianismo e nem aprendizado.
"Como o ferro com ferro se aguça, assim o homem afia o rosto do seu amigo." (Provérbios 27 : 17)
Tenho aprendido muito com a desonestidade dos outros e a minha!
Não quero ser desonesto, eu também erro muito!
Seja honesto, você também erra??


"A formosura da alma campeia e denuncia-se na inteligência, na honestidade, no reto procedimento, na liberalidade e na boa educação".
(Cervantes)

29 outubro 2007

Desabafo Pastoral

A estrada do pastorado tem sido muito árdua e cheia de pedregulhos.
É assim que me sinto depois de 15 anos andando por ela!
James Houston disse que tem “pena” dessa nova geração de pastores, porque eles estão pastoreando uma geração in-pastoreável e uma igreja que tende a desaparecer.
Não temos mais a antiga membresia e nem sequer carta de transferência.
Fidelidade a igreja local e denominação já é peça de museu!
Amizade e companheirismo está fora de moda!
A questão agora é: “O que a igreja tem para oferecer?” Tudo isso virou um grande mercado e na realidade nós temos sido atropelados pelo capitalismo.
Aconselhamento pastoral foi trocado pela terapia e conceitos bíblicos teológicos foram substituídos pela psicanálise ou pela psicologia moderna.
Disciplina onde o disciplinado passa o tempo prescrito sentado no banco já virou motivo de chacota.
Uma nova igreja está surgindo, constituída pelos “decepcionados com a igreja”, mas se observar a vida dos que a compõe, são os que não se submeteram a disciplina e tratamento, mas arrogantemente disseram que ninguém é capaz de os pastorear.
As ditas ovelhas possuem pouca consideração pelo pastor! São poucas, mas muito poucas mesmo aquelas que procuram o pastor para saber como ele está. Ninguém tá nem ai se o pastor está sofrendo ou desanimado. Eu quero é a minha benção!
Li em diversos livros que a liderança é o topo da solidão! É bem verdade, a mais pura verdade!
Pastor pode ouvir desaforos e afrontas, mas se ele disser uma palavra mais dura, é cara feia pra todo lado.
Alguns chegam na maior euforia na igreja e quando o pastor se afeiçoa, lá vai a ovelha pra outra igreja atrás de benção. Não tem vínculos!
Ninguém sabe que pastor também sofre por falta de amizade, ninguém sabe que pastor chora, tem medo, indecisão e decepção! Pastor também teve pai e mãe e vai saber como ele foi criado?
Pastor também tem família com primos que são mais ricos! Pastor tem avô e avó que preferiu os outros netos. Pastor tem irmão que disputa o carinho dos pais!
Pastor sofre quando Deus manda mudar de igreja e ir para outro ministério, aliás, pastor vive “assombrado” com essa possibilidade todo dia.
Pastor sente a pressão das ovelhas por entretenimento! É gente querendo “show” na igreja e atividade, e quando ele resolve fazer um, lá tá o pastor sozinho pra organizar tudo.
Pastor muitas vezes recebe o menos que precisa e mais que merece! Esse sentimento é triste, mas é real! Isso quando não tem gente na igreja que acha que ele tem de viver pela fé, como se comida, vestuário e colégio da crianças caísse do céu. Do chamado céu só cai bosta de passarinho ou avião desgovernado. Deus usa pessoas para abençoar outras! Mas tem gente que ainda não sabe disso e insiste em acumular riquezas e é aí que alguns pastores espertamente começam a pregar prosperidade que levam as ovelhas a pensar que é cada um por si e Deus por todos.
Tem gente que ainda pensa que pastor pode ouvir qualquer coisa como se o ouvido dele fosse pinico!
É dura a vida de pastor, porque tem de medir as palavras o tempo todo!
Estudar com afinco e seriedade para não dizer besteira e não ser infiel com as escrituras leva tempo e muito esforço, mas quem é que está preocupado com isso se não houver promessas durante o culto? É triste você preparar um sermão e no meio dele você pensa naquele irmão que está passando necessidades e no domingo ele não vem porque estava cansado. Ele não tá nem ai pro teu sermão ele quer é descansar. Perdemos de vista que descanso só na gloria!
As vezes, amizade com o pastor é por interesse! Difícil aquele que pode ser amigo do pastor sem perceber as suas faltas e alterações de humor. Pastor também tem alterações de humor, você sabia?
É triste, mas quem poderá entender que pastor também chora quando alguma ovelha se vai? A bem da verdade, algumas nos dão alívio, mas outras, nos fazem chorar por toda a noite de saudades e o pior é que não podemos chorar em público senão causa ciumes na igreja e mesmo tristes temos de administrar a confusão, então, é melhor fingir que nada aconteceu, mas com o tempo vamos ficando com o couro de rinoceronte, e por conta disso a insensibilidade a qualquer momento chega.
O pior é quando temos de administrar as politicagens que colegas de ministério fazem ou a falação por trás contra você! Ou será que tem gente que pensa que pastor não fala mau do outro?
Tenho dito isso por experiência em algumas coisas e por ouvir pastores ao longo desses 15 anos de “janela”.
Creio que se uma ovelha escrevesse, também teríamos um outro foco, porque todo ponto de vista é visto por um ponto, e esse é o meu ponto, e ponto.

20 outubro 2007

Oposição é inevitável!

Acordei sábado pela manhã querendo ouvir o programa do Silas Malafaia, Vitória em Cristo.
Ele havia dito que no programa do dia 21, responderia a calúnias e difamações!
Achei que fosse dar nomes, agredir e ofender! Na minha percepção o seu perfil aponta pra isso. Posso estar enganado e estava! No programa ele pregou em Neemias e o que Neemias enfrentou dos opositores. Pela primeira vez achei ótimo a mensagem pregada por Silas! E eu sou honesto para criticar e aplaudir! Pelo programa de hoje (21/10/2007) tem meu aplauso!
Só que ele, o Silas também em passados não muito longínquos foi opositor do Caio Fábio quando a Universal o convidou ou contratou para falar contra o Caio. Isso não é boato e nem mentira é fato!
Com isso, faço coro com as próprias palavras do Silas na mensagem de que ninguém é perfeito, inclusive ele.
Na minha concepção de cristianismo ele devia pedir perdão por esse erro passado e dizer que a bíblia é verdade inclusive contra ele e todos nós!
Ele disse que não responde falidos e adulteros, mas não devemos responder por causa disso mas por causa da palavra de Deus que nos orienta!
Mas está de parabéns o Silas pelo seu programa, pois me identifiquei com a mensagem porque também já fui e sou vítima de ataques e calúnias bem como difamações! Uma vez meu irmão que mora no interior do Rio de Janeiro me disse que havia um boato de havia me separado de minha esposa. Recentemente conversando com um pastor amigo do Sul do Brasil também me disse que tinha ouvido o mesmo comentário. Eu nem crise conjugal tive nesses 14 anos de casado! Mas é assim mesmo! Como diz o ditado: “Falem mal de mim, mas falem de mim”!
Que o Senhor nos defenda e seja o nosso norte de vida! Compartilho com vocês o meu texto bíblico preferido que leio todas as vezes que sofro acusações e calunias.


“Não paguem mal com mal, nem ofensa com ofensa. Pelo contrário, paguem a ofensa com uma benção, porque quando Deus os chamou, ele prometeu dar uma benção a vocês.” 1Pedro.3.9


Todas as vezes em que fui maltratado ou difamado e caluniado, sofri a tentação de revidar, mas me entreguei a Deus que julga retamente e fiz conforme diz o texto acima. Abençoei quando podia maltratar e revidar. Isso me deu leveza e consciência limpa diante de Deus que é o que importa na verdade.

17 outubro 2007

"Jesus" está no Brasil, por enquanto!


Deu no Jornal a chegada do fundador e líder da Igreja Crescendo em Graça.
Eu já tinha ouvido falar nessa Igreja, inclusive que Marcelinho carioca era membro dela.
Me disseram que é na Zona Leste o seu reduto e raio de ação, mas o que eu não sabia era que seu fundador fosse Jesus Cristo, bem, de toda igreja Jesus é o fundador, mas o de Nazaré,porque o da Igreja Crescendo em Graça é Jesus Cristo que nasceu em Porto Rico e vive no Texas.
Esse sujeito chegou esta semana no Rio de Janeiro e foi ovacionado por 300 pessoas que o aguardava.
Na reportagem ele diz que Jesus de Nazaré não precisa ser adorado porque o diabo não existe e que ele é a segunda encarnação de Jesus.
O famigerado louco ou muito experto ostenta relógio de onze mil dólares, correntes de ouro no pulso e pescoço e ainda disse que receberá de um empresário um jatinho pra viajar.
Seu nome é José Luís de Jesus Miranda e já está no segundo casamento que pela foto a mulher está em êxtase por ver seu marido ser adorado por um bando de loucos.
O individuo ainda carrega tatuado em seu braço o número 666, o sinal da besta que tem o sentido de imperfeição humana.
Será que esse sujeito não sabe que a bíblia fala das atitudes dele em tom pejorativo?
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora.” (1Jo.4.1)
Veja também o que diz Jesus.
“Porque muitos virão em meu nome e enganarão a muitos.” Mt.24.5
Esse sujeito engana a milhões mas eu fico cada vez mais apaixonado com o cumprimento das escrituras sagradas e na confirmação de sua profecia.


14 outubro 2007

Tropa de Elite X Elite Celestial

Assisti por três vezes o filme tropa de elite. As duas vezes foi por novidade e companhia de amigos, mas a terceira foi porque o filme tinha sido lançado no cinema e a imprensa dizia que tinha novidades e diferenças da que vazou pela internet.
De fato o cinema Brasileiro tem sido interessante e o tropa de elite mostra realidade da guerra urbana contra o tráfico. Nascimento, o capitão, sujeito determinado e “honesto” nos passa a imagem do homem que vai resolver o problema da contravenção e da bandidagem, mas ele mesmo não tem estrutura emocional para viver por muito tempo na ação. O BOPE, batalhão especial da policia militar do qual o filme expõe, procura substitutos, mas a forma em que o faz não dá para atingir o contingente necessário e por outro lado sabemos que a corrupção da alma humana é inevitável e inerente ao homem caído.
A guerra está deflagrada e todos nós sabemos disso!
O filme vende a propaganda de que é necessário se ir para a guerra e nós temos visto que ela parece não ter fim. A cada bandido que se mata nasce mais dois afim de vingar o que morreu e o mal parece fascinar muito mais que o bem.
Se queremos acabar com a guerra urbana precisamos entender a vida como o Apóstolo Paulo entendeu. Na ótica de Deus! Ele diz no livro de Efésios que a luta não é contra carne ou sangue, mas contra principados e potestades do mal que atua nos filhos da desobediência(Ef.6.12). Não quero negar com isso o problema social em que vivemos que faz os meninos irem para o tráfico, mas não posso negligenciar que por detrás de cada um de nós existe a influencia malígna ou benigna. Não me refiro ao dualismo!
É infantil se pensar que a polícia pura como o filme tenta mostrar, irá acabar com a criminalidade.
A imprensa precisa conhecer melhor o mundo e perceber o que as igrejas evangélicas estão fazendo, como por exemplo na Colombia na cidade de Cali onde existe o cartel de cocaína. Os pastores e igrejas se uniram para uma vida de oração e chefões foram presos e a criminalidade que era de vinte e quatro assassinatos por fim de semana caiu para zero nos dias de oração. Em muitos outros lugares do mundo onde a igreja avança em oração a coisa muda. No tempo de Wesley e Finney as tabernas onde se vendia bebida e prostituição ficaram sem clientes e foram obrigadas a fechar porque o povo estava nas igrejas orando e sendo convertidas. O prefeito de Cali na Colombia testemunhou que os governantes poderiam trabalhar mais com a ajuda das igrejas para diminuir a criminalidade.
Eu pergunto para quem viu o filme tropa de elite: Se o Baiano, chefe do morro tivesse sido alcançado pelo evangelho ele teria continuado no crime? Claro que não! Se as organizações não governamentais e as governamentais dessem mais credibilidade ao evangelho o trabalho delas seria minimizado e com muito mais sucesso sem luta corporal.
Se o Capitão Nascimento fosse crente ele saberia o valor da vida e não da morte. Ele daria mais valor ao resgate da alma do que do corpo, porque se a alma for salva todo o corpo o será também.
A batalha é travada na esfera espiritual! Com resultados também no âmbito social, mas querer mudar a sociedade sem mudar o cidadão é lutar contra uma coisa sem mudar a outra.
Nessa guerra toda da criminalidade só um pode ser o comandante, Jesus Cristo, e só uma tropa pode ser a verdadeira elite, a igreja.

11 outubro 2007

TUDO LEGAL ENTRE A RECORD E A UNIVERSAL – Marcelo Quintela

Quinta-feira, dia 27 de setembro. Inauguração da Record News – novo canal de TV do empresário-bispo Edir Macedo. Apesar dessa inauguração representar mais notícias dentro de nossas casas, mentalidades cristãs mais escrupulosas diriam que isso tudo assusta e ultrapassa a margem da legalidade. “Uma TV da Igreja? (Na verdade, são duas TVs!). Ou a Igreja que é da TV? A TV existe com o dinheiro da Igreja? Ou o dinheiro da TV é para a Igreja? Mas como uma igreja tem duas TV para fins lucrativos, se a igreja é uma entidade beneficente e sem tributação de impostos???” Calma, cristãos éticos e cidadãos de bem, eu explico: Não há nada ilegal. A Igreja não tem nada. A igreja não tem fins lucrativos. A igreja tem seu patrimônio e seus mais de 1.500 templos e só. A TV, todavia, não é da igreja. A TV é do Senhor Edir Macedo, mega-empresário do setor de comunicações. Ele é empresário, e também é bispo da Igreja. Ilegal? Nada ilegal. Eu também sou profissional liberal e ministro do Evangelho. A clínica é minha. A igreja, não. Como ele comprou as estações de TV, então? Ora, comprou com o dinheiro dele! Com o “salário” dele de bispo! - suponho. A maioria dos religiosos não vivem do sacerdócio? Sim! Então qual é o problema? Nada ilegal. É o chamado pró-labore! Ganha quanto a “instituição” decide que se vai ganhar! E a relação TV – Igreja? Parece tudo a mesma coisa!!! Parece, mas não é! Nada ilegal tampouco. Veja o que a Central Record de Comunicação respondeu, por e-mail, ao site Terra: - A Record lucra com a comercialização de espaços publicitários em sua programação. O horário da madrugada está negociado com o cliente Igreja Universal, que possui diretrizes independentes e distintas em relação à Record. Viu? Tudo legal. Tudo explicado. A Universal compra os horários da Record. A Record vende os horários para a Universal. Vende caro. Muito caro. Super-faturado! Vende por quatro vezes mais do que a Globo vende seus horários da madrugada, mesmo tendo quatro vezes mais ibope nessa mesma faixa que a Record! Mas e daí? A cliente paga, oras. Ela aceita o preço! Nada ilegal. Mas toda a direção da Record não é constituída de bispos e obreiros da Igreja? Sim. Mas procura aí onde isso é ilegal? A Record contrata seus funcionários como quiser e de onde desejar. A Record não é um orgão público que contrata via concurso. Se eu quiser colocar meu pai, minha mãe, meu amigo, meu irmão para trabalhar na minha Clínica Privada o que você tem a ver com isso? A empresa é minha, eu contrato quem eu quiser, mesmo que tal pessoa nem tenha ainda a devida formação para o cargo. Isso é problema meu! A clínica não é estatal, é particular!
Meu Deus, mas de onde vem, então, tanto dinheiro para comprar tanto horário por tão alto valor, visando a nobre causa de evangelizar o país???Ora, vem das contribuições espontâneas que se fazem de domingo a domingo, três a quatro vezes por dia, em mais de 1500 templos simultaneamente. Nada ilegal. Como não? É dinheiro do povo!!! Dinheiro que se recebe e sobre o qual não incide impostos? Ora, é não é assim com toda associação filantrópica? Ou alguém dá dinheiro forçado? Levanta a mão quem paga na marra? Alguém é obrigado a ofertar? Algum obreiro vai lá e mete a mão no bolso do devoto? Lógico que não! Daí não haver extorsão e nem subtração. Dá quem quiser! Portanto, até onde se enxerga, fica assim entendido: Tudo dentro da Lei. Tudo legal!

Ah! Domingo de manhã. Estou naquele culto evangélico do começo do texto. Voltei de meus pensamentos. Olho para frente. Tem uma arca da aliança girando iluminada sob um altar atrás do púlpito. O moço na tribuna falava sobre Dagom, o deus filisteu que se ferrou depois que recebeu em seu templo a Arca da Aliança Mosaica roubada da nação vizinha. Na história bíblica, os judeus nem precisaram se mexer em busca da Arca Perdida. O povo inimigo se consumiu em pestes e tumores, até devolverem o objeto sacro! Conheço a história desde menino! Só não conhecia o aplicativo feito então: “Você quer vencer Dagom? Quer? Então... Não se mexa para nada! Sabe aquele dinheiro que você ia pagar para o advogado tentar tirar seu filho da cadeia? Sabe aquele dinheiro que você ia usar para comprar o remédio que o médico receitou para a doença crônica? Você vai trazer aqui na frente, diante da Arca Giratória!!" ("giratória" é expressão minha. Impressionou-me a alegoria. Mas o resto ouvi como agora se lê) Não pague o advogado, não compre a medicação! Pratique a fé! Quanto você não daria para tirar seu filho da prisão? R$ 3.000,00? R$ 2.000,00? Ou não daria até muito mais? Você não faria todo sacrifício que fosse necessário? Sim ou não? Então vem trazer esse dinheiro aqui no Balcão de Negócios Divinos (bom, confesso: “balcão de negócios divinos" ele não falou não... Eu que inventei... Mas juro que só inventei mais esse!) Quando você pagaria para ficar curado? Para ter saúde? Não daria até tudo que tem? Então para que você vai dar esse dinheiro para o remédio se você pode dar para Deus? Quem já tem a arca em casa (uma arca pequenina “dada” aos que exercitam a fé!) vem aqui na frente para nós oramos por você! Fiquei com mais alguns poucos. Agora vem quem não tem a arca ainda. Todo mundo se levanta e caminha para o altar matadouro. Já sabem que Deus só vai abençoá-las se permitirem que lhes arranque o couro, a lã... Mas, tudo na vida tem seu preço, não é? Daí vejo a fila. A fila. Mães desesperadas. Doentes aflitos. Você pode ter a Arca da Aliança por R$ 90,00 – não menos que isso! (Dessa vez não inventei nada, o limite para levar o objetinho ordinário era esse mesmo) Só eu fiquei. Fiquei só. Eu, dois obreiros e meu dinheirinho do pão. Saí. Saí sem arca. Saí inteiro... Mas arrancaram minha alma logo cedo. Sob minhas costas o peso triste de ter visitado o templo de Dagom. O templo da Arca sequestrada que gira em exposição! Fui ao templo de Dagon, onde a dádiva é comprada sob signos judaico-cristãos. Sim, só tem um deus que vende resposta de oração: Lá o chamam de Jesus, mas seu nome é Diabo!* *O estelionato é espiritual, mas essa categoria de crime não consta na nossa legislação! Isso não passa na Record. Na Record é tudo legal. Tem até novela com qualidade global. DESABAFO: Então a gente nunca vai pegar esses caras, entendeu???!!! O dinheiro da Record está dentro da Arca! Entretanto, há algo com que eles simplesmente não contam: Deus existe! - Sim, o dono da Arca existe! E Ele não obedece a Constituição. Ele ultrapassa a margem da legalidade. Ele é marginal. E daqui a pouquinho essa Novela termina! Os últimos capítulos já foram escritos e revelados: Como no registro bíblico, Dagom vai perder a cabeça de novo e a brincadeira de apetrechos bíblicos comercializáveis tem prazo de validade e logo logo vai acabar!

Ah! Vai! Marcelo Quintela

13 setembro 2007

Frustração, decepção e desistência!

Diante da panacéia que aconteceu no senado federal, eu me sinto frustrado, decepcionado e desistindo de acreditar no processo político nacional. A vontade que me dá é de não votar em ninguém. Viajar pra fora do meu estado de votação pra não ter que comparecer as urnas. É tudo comprometido com o sistema corrupto e safado que assola o Brasil.
Esta semana ainda, quando estive viajando pra outro estado, pude presenciar no aeroporto uma manifestação dos aposentados aeroviários que deveriam estar recebendo de volta as suas contribuições por conta do INSS e o que vi foi eles protestando que não haviam recebido. Um monte de idosos sentados no chão do aeroporto. Me senti envergonhado por ser Brasileiro. Me senti traído por votar no LULA. Me senti enganado, até porque, talvez eu seja um desses no futuro. Um país que não cuida dos seus idosos não pode ser um país sério! Enquanto isso, no senado, o Renan escapa com a ajuda do PT que recentemente falou pelo seu líder maior que é um exemplo de moralidade. Só pode ser brincadeira.
Lanço aqui pra candidato nas próximas eleições o Mr.Ben.

17 agosto 2007

Falecimento de Darcy Dusilek



DARCY DUsILEK FOI MORAR COM JESUS
Acabo de ser informado da morte de meu amado e fiel amigo Darcy Duzilek.
Minha cabeça está estourando de dor! Meu coração está misturado ao meu estomago — sinto náusea de saudade na alma.
Conheci o Darcy pessoalmente quando mudei para o Rio em 1981. Manfred Grellert, amigo comum, nos apresentou para sempre.
Logo vi que estava diante de um homem.
Homem raro; integro em tudo; honesto até onde a honestidade dele se percebia; trabalhador; organizado; amigo dos amigos; comprometido com o reino; esperançoso de que a “igreja” se tornasse Igreja; colaborador em todas as boas causas; engajado na AEVB; presente nos Congressos da Vinde; disposto a subir morros comigo no “Rio Desarme-se”; presente nas ações de Rua no Rio (contra a violência); líder dos Batistas.
Darcy foi uma das mentes mais lúcidas da verdadeira Igreja no Brasil!
Assumiu todas as responsabilidades que lhe foram confiadas: pastor, professor de teologia no Seminário Batista do Sul; Presidente da Visão Mundial; Vice-Presidente da AEVB; Presidente da Convenção Batista Brasileira; pastor da Igreja Batista de Itacuruça; Reitor do Seminário Batista do Sul; membro de dezenas de organizações cristãs de ajuda e diaconia ao redor do mundo; escritor; e, sobretudo, marido da Nancy; e pai do Sergio e da Heloísa.
Em 1998 Darcy viveu seu tempo mal; e eu também.
Com pouquíssimas exceções todos o deixaram.
Acompanhei todo o processo; e, logo depois, eu mesmo estava sob o mesmo tido de angustia.
Irmanamo-nos ainda mais na aflição!
Nunca nos afastamos. Naquele período de exílio (1999) ocultou-se no silencio de uma casinha do irmão no interior do Paraná.
Fui vê-lo lá. Choramos juntos!
Depois de um ano sem nos vermos (eu fiquei na Florida), ao voltar ao Brasil logo nos reencontramos; e nos vimos muitas vezes, afora nossas conversas telefônicas.
Conversamos muito sobre o que nos havia acontecido. Tango & Café, Café com Graça, e o 14 Bis eram nossos pontos de encontro.
A última vez que estivemos juntos numa reunião pública foi quando de uma palestra minha no Seminário Batista do Sul, há uns três ou quatro anos. Falei aos alunos de todas as classes; e, depois, saí com o Darcy, presente no auditório.
Ele estava feliz, em sua humildade (ele que já fora tudo naquele lugar e na denominação) por ter sido convidado para dar aula de novo no Seminário. Estava recomeçando.
Aqui também desejo expressar a minha gratidão por tudo o que de grato o Darcy me expressou acerca do dono da UNIGRANRIO, amigo de outros tempos, e que deu a ele um lugar no corpo docente da Universidade, em Duque de Caxias, no Rio. Hoje, entre outras coisas, ele era o Coordenador do Conselho de Ética da Universidade.
Entretanto, nosso último avistamento faz apenas meses, em Brasília. Ele esteve uma tarde inteira comigo lá em casa. E que boas conversas. Tanto ele quanto eu estávamos alegres com a Graça sobre nós derramada.
Havia publicado alguns livros novos, um deles versando sobre teologia e física quântica. Pediu que eu lesse e desse um retorno. Nunca pude dar por escrito, conforme planejei.
O Sérgio, filho dele, me disse a pouco que tudo aconteceu subitamente. Estava dando uma aula (palestra) quando passou mal e caiu já indo... Ataque fulminante do coração; e isso sem nenhum antecedente que apontasse em tal direção.
Darcy sofreu muito de 1998 até a sua volta para casa (2003). Depois ainda sofreu os infindáveis preconceitos desta geração perversa, e que só reconhece um homem depois que ele já não pode ouvir que foi aceito.
Nossos amigos eram os mesmos. Um ou dois se salvaram da onda de perversidade judiciosa que os possui. Todos abandonaram o Darcy. Não sei que desculpas darão, mas o fato é que não foram amigos; não foram nada...
Graças a Deus o Darcy não ficou amargurado. Todavia, ninguém me tira da cabeça que essa morte súbita pode e deve ser creditada à dor do abandono frio e glacial que recebeu de muita gente que amou e amava.
Ele era “alemãozão” de natureza. Fechava-se e sofria calado. Mas algumas vezes o vi derramar lágrimas ao me contar o tratamento que alguns dos antigos amigos e supostos luminares da sensibilidade evangélica deram a ele depois de janeiro de 1998.
Até quando se equivocou (e ninguém tem mais de um equivoco para narrar em toda a vida dele), portou-se com dignidade e discrição.
Os novos pastores batistas terão que saber quem foi o Darcy. E minha esperança é que ainda haja gente boa de Deus para recuperar e honrar a sua memória.
O corpo será velado na Capela do Seminário Batista do Sul aí pelas 14 horas. O Enterro deverá ser no Cemitério do Caju (17h00min).
A Heloísa ligou para me dar a notícia. O Sérgio me deu os detalhes.
Eu estarei em espírito amanhã com eles; aliás, já estou.
Estou em Manaus acompanhando meu pai [que esteve quase morto e reviveu]. Mas como gostaria de estar presente amanhã com a Nancy, o Sérgio e a Heloísa.
Assim, de Darcy em Darcy a “igreja” vai perdendo o sonho de ser Igreja!
Que o Espírito de Deus acorde uma nova geração de homens e mulheres que tenham pelo menos um pouco da integridade e do caráter do meu amigo Darcy.
Entra no gozo do teu Senhor, amado amigo.
Logo estaremos juntos; seja logo, logo; ou aquele logo que é logo ali... — como tudo mais nesse mundo fugidio e desbotado.
Com toda saudade e com toda a reverencia pela vida de um homem raro entre os Evangélicos do Brasil; e orando cheio de desejo de que o espírito de consolação se derrame sobre os que o amavam de verdade, deixo com a família as minhas orações e todo o amor que pelo Darcy genuinamente nutri.
Partiu antes dos 60, ainda jovem, mas curtido nas dores e nos silêncios meditativos.
Nele, que é o nosso Lar!
Caio Fábio
18/08/07
Manaus
AM
4 horas da manhã do dia 18 de agosto de 2007

07 agosto 2007

Verdade antiga e necessária hoje!

Sermão de Billy Graham pregado em 19 de Junho de 1969.
"O de que precisamos é de nos desfazermos de muita gente que temos na igreja. Creio que poderíamos fazer muito melhor trabalho se fôssemos discípulos dedicados e disciplinados como os que havia na igreja primitiva. É preciso ter disciplina para levantar uma hora mais cedo com o fim de estudar a bíblia cada manhã. É preciso ter disciplina para desligar a televisão uma hora mais cedo à noite para gastá-la em oração."

Será que podemos dizer que Billy Graham é profeta com esse dito??

31 julho 2007

Mirra do amor na Universal

Zapiando na televisão me deparei com as propagandas da Igreja Universal onde o pastor declarava a campanha da terapia do amor. Haviam doze pias de acrílico grande, cada uma com um líquido de cor diferente que o pastor chamava de mirra do amor. Depois da oração dele as pessoas deveriam lavar as mãos na pia e ao chegar em casa as colocariam na porta do quarto e no travesseiro do cônjuge ou em seus utensílios que o amor brotará e a felicidade chegará ao lar.
Nos terreiros de macumba também tem essas mandingas! Nas reuniões celtas dos bruxos, eles também fazem o mesmo encanto.
Não consigo mais ficar perplexo com isso porque a Igreja Universal já mostrou que não é evangélica a muito tempo, mas fico admirado com a criatividade dos pastores. Eles são bons em arrancar dinheiro das pessoas, porque preocupado com elas eles não estão mesmos. A Igreja Universal vende um produto!
Eu aprendi que o amor vem com a convivência e que a bíblia também o coloca como mandamento e não sentimento. Na Igreja Universal você pode adquirir o amor por um lavar das mãos na pia da mirra do amor, mas o interessante é que o amor adquirido não será pra você, mas para quem você quiser que fique com você. Uma espécie de magia pro outro gostar de você.
Imagine Deus trabalhando a favor de você e contra o outro. Imagina Deus não respeitando a vontade pessoal de cada um em querer ficar ou não casado ou namorando? Será mesmo que Deus possa estar nesse ritual vodu da Igreja Universal? Quanto a isso eu garanto que Deus, Cristo Jesus não está participando porque "estupro" emocional Ele não faz.

21 julho 2007

Culpa e responsabilidade

Culpa se refere à responsabilidade dada à pessoa por um ato que provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma ou a outrem. O processo de identificação e atribuição de culpa pode se dar no plano subjetivo, intersubjetivo e objetivo.
No sentido subjetivo, a culpa é um sentimento que se apresenta à consciência quando o sujeito avalia seus atos de forma negativa, sentindo-se responsável por falhas, erros e imperfeições. O processo pelo qual se dá essa avaliação é estudado pela Ética e pela Psicologia.
No sentido objetivo, ou intersubjetivo, a culpa é um atributo que um grupo aplica a um indivíduo, ao avaliar os seus atos, quando esses atos resultaram em prejuízo a outros ou a todos. O processo pelo qual se atribui a culpa a um indivíduo é discutido pela Ética, pela Sociologia e pelo Direito.

Sentido jurídico
Em direito, culpa é a violação ou inobservância de uma regra, que produz dano aos direitos de outros, por negligência, imprudência ou imperícia, ou seja, em razão da falta de cuidado objetivo. É o erro não-proposital.
Diferencia-se do dolo porque, neste, o agente tem a intenção de praticar o fato e produzir determinado resultado: existe a má-fé. Na culpa, o agente não possui a intenção de prejudicar o outro, ou produzir o resultado. Não há má-fé.

Sentido psicológico
Em psicologia discute-se a culpa como o sentimento de culpa ou remorso.

Sentido religioso
O sentido religioso de culpa, pelo qual um ato da pessoa recebe uma avaliação negativa da divindade, por consistir na transgressão de um tabu ou de uma norma religiosa. A sanção religiosa é um ato social, e pode corresponder a repreensão e pena objetivas. De outra parte, a culpa religiosa compreeende também um estado psicológico, existencial e subjetivo, que propõe a busca de expiação de faltas ante o sagrado como parte da própria experiência religiosa. O termo pecado está geralmente ligado à culpa, no sentido religioso.

Responsabilidade é a obrigação a responder pelas próprias ações, e pressupõe que as mesmas se apóiam em razões ou motivos.

O LULA é responsável por tudo nesse país.

Eu sei e todos sabem que quem faz a opinião é a classe média alta desse país. São elas que tem acesso fácil a jornais e internet. São elas que são ouvidas pela mídia e são elas que preferem o rico do que o pobre. Veja por exemplo o governo da Marta Suplicy em São Paulo que não conseguiu reeleição. Perdeu pro SERRA que prometeu não renunciar e renunciou pra concorrer ao governo do estado. Mentiu e não foi fiel aos seus eleitores mas ninguem fala nada. Se fosse alguém do PT seria um inferno.
Se uma via "pública" dos ricos fica com problemas, o LULA é culpado. Se uma escola desaba, o LULA é culpado. Se um avião cai, o LULA é culpado. Se chove, o LULA é culpado, se venta, o LULA é culpado, se faz sol muito quente, o LULA é culpado. Se a economia vai bem, é porque se fez um trabalho ao longo dos anos pra isso, o LULA não tem nada a ver com o crescimento, ele é automático. Se temos menos desemprego é porque outros governantes trabalharam pra isso. Eu fico indignado. Na campanha presidencial o Alckmim era o santo salvador do Brasil contra o diabo inoperante. Após a eleição explodiram pedidos de CPIs na assembléia de SP mas foi tudo amortizado. Com o que? Compraram a turma do contra? O governo Alckmim foi um fiasco na educação de São Paulo, mas ninguém fala nada, mas se fosse o governo da Marta, seria um inferno.
O LULA pode não ser taxativo ou pulso forte, talvez seja porque viveu na própria pele a sombra da ditadura e agora psicologicamente rejeita a agressividade da qual sofreu, mas uma coisa é de se pensar. Deixou as CPIs se instalarem, permitiu deixar fritar seus amigos, tirou amigos, convidou opositores pra perto e governa pra todos sem fazer do planalto a república petista. Ouve e não julga rapidamente os que foram da ditadura que agora são do partido DEM. Os que foram dos militares e ditadores agora são democratas, que piada a politica desse Brasil.
O LULA não pode ser responsável por minhas ações e atitudes! Sem sair o laudo conclusivo do acidente, não podemos colocá-lo na forca. Se o acidente fosse por causa dos controladores, ai sim, seria culpa do presidente, porque essa crise é velha e ainda não teve fim.
E o governador do estado? Seu mentiroso José Serra? Porque ele como governador não cobra melhorias pro seu estado no aeroporto? Essa não é a função dele?
Governador é pra que? Pra fazer trampolim pra presidencia?
Tudo indica que o piloto cometeu falhas, falhas essas que não podem ser cometidas porque podem ser fatais, assim como os médicos. Todos são humanos, mas em algumas profissões a humanidade paga na língua dos que são juízes das atitudes alheias e não das suas mesmas.
Ora faça me o favor! O LULA não foi o piloto da aeronave!
Choremos as mortes e consolamos as famílias, mas sejamos sóbrios e deixemos os dissabores políticos de lado, pelo menos numa hora dessa!

14 julho 2007

Silas Malafaia é vendedor ou pastor?

Eu sempre acreditei que pastor pastoreia, cuida das ovelhas, ora com elas, visita, ouve seus problemas, consola e serve no que precisarem, mas tenho visto pessoas com o título de pastor e não serem pastores. São pregadores, evangelistas e últimamente vendedores! Essa última acho que é o ministério do Silas Malafaia. No final de seu programa, ou melhor, boa parte dele, ele usa para divulgar seus produtos. As vezes, bons produtos, mas são produtos e atrelados a eles o dinheiro, objeto que tem sido o alvo desses pregadores vendedores. Se a grana não entrar, eles não pregam mais na televisão e se venderem bastante significa que estão pregando pra crentes e crentes ouvem as mensagens em suas igrejas e se não ouvem em suas igrejas não são crentes.
Quem não é evangélico não compra produto de crente! Logo, se Silas Malafaia está arrebentando de vender significa que os crentes estão comprando, então só os crentes estão vendo o programa, então, estão querendo uma mensagem, logo, a mensagem do Silas Malafaia na televisão não é evangelística porque crente não precisa ser evangelizado, ou precisa? Mas se for a estratégia está errada, porque neste mundo do século XXI, evangelizar e vender não combina. "O que de graça recebeste de graça dai".
Mas quem sabe temos uma nova modalidade de dom? O dom do rolo! O dom da venda!
Quem sabe, quem sabe!

"Urucubaca" no congresso

Os jornais estão dizendo que nem pai-de-santo, pastor ou padre podem resolver o problema de denuncias que assola o congresso e a vida dos deputados e senadores.
Também acredito que não podem resolver mesmo, porque o problema deles é de caráter! Esse assunto só quem resolve é Jesus os fazendo nascer de novo.
Durante muitos anos sabemos que a vida pública é recheada de mentiras, esquemas e interesses próprios e durante muitos anos os crentes estão orando para por fim a isso e quem sabe, Deus agora resolveu responder as orações?
O que me irrita é ver os políticos atribuirem as denuncias ao mundo espiritual como se o espiritual fosse "desgarrado" de nossas ações. Paulo, o apóstolo diz que colhemos o que plantamos.

19 junho 2007

ESPIRITUALIDADE PARA O SÉCULO XXI: O PENSAMENTO DE HENRI NOUWEN

Introdução

Meu propósito aqui será expor o que, em minha visão como leitor e admirador, se constitui no modelo de espiritualidade evidenciado na vida e obra de Henri Nouwen, do “ferido que cura feridas”, balizado por uma de suas mais caras convicções, a saber, de que na vida cristã alegrias e tristezas não se excluem, mas fundem-se; uma perspectiva que deve formar seres humanos maduros e honestos, os quais, pela graça, devem aprender a vivenciar os prazeres e, simultaneamente, carregar os fardos de sua própria existência, segurando e bebendo do cálice da vida, como diz Nouwen, com todas as implicações que isso requer.

Quem é Henri Nouwen?

Padre, professor, psicólogo e escritor, Henri J. M. Nouwen nasceu na Holanda, em 1932, e morreu em 1996, de ataque cardíaco. Desde os cinco anos de idade, Nouwen falava sobre suas pretensões de ser padre, e ele estava decidido a isso. Formou-se em teologia e psicologia na Holanda, tendo sido ordenado pouco tempo depois, em 1957. Nouwen passou os primeiros cinco anos de seu ministério realizando algumas de suas notáveis ambições: estudou na renomada clínica psiquiátrica de Karl Menninger (EUA), lecionou nas universidades de Notre Dame e Yale e viajou muito como conferencista. Por sua ênfase ecumênica e ligeiramente aberta em relação à fé cristã, Nouwen teve o privilégio de falar tanto para católicos como para evangélicos, tendo trânsito livre entre estes dois grupos. Até hoje ele é muito respeitado e lido tanto em uma como em outra vertente religiosa. Como testemunha, Philip Yancey diz que “ele ignorava as recomendações de Roma para que apenas os católicos participassem da eucaristia, e a celebrava diariamente com amigos, alunos ou estranhos, onde quer que estivesse” (YANCEY, 2004, p. 304).

Após um período sabático de seis meses trabalhando com os pobres em países da América Latina, Nouwen recebeu convite para lecionar em Harvard. Nesse tempo sua fama e prestígio como professor, escritor e conferencista já percorriam o mundo, e em todo lugar por onde passava ele era bastante respeitado. Todavia, tudo isto não bastava para amenizar o profundo vazio espiritual e as feridas pessoais que ele sentia aumentar com o tempo, tudo isso combinado a uma vida de fama, glória, agenda lotada de compromissos e atividades mil, levando Nouwen a um ponto de colapso total num espaço de três anos. Até que ele teve a compreensão, à luz da experiência de Jesus, de que o caminho para subir é descer. Assim, ele abandonou sua brilhante carreira nas melhores universidades dos EUA, para compartilhar sua vida com os necessitados, servindo em uma comunidade para deficientes mentais, a Arca - O Amanhecer, em Toronto no Canadá. Conforme o próprio Nouwen disse em seus escritos, “ali ele não foi para dar, mas para receber; não por causa de excesso, mas por falta. Foi para conseguir sobreviver” (YANCEY, 2004, p. 306).

Acredito que uma das principais virtudes que Nouwen cultivava, especialmente a partir dos últimos 10 anos de sua vida, em que ele conviveu de perto com o sofrimento e as limitações de seus amigos da Arca, é a de falar abertamente de suas próprias dores e feridas, não só através dos muitos livros que escreveu, mas também nos relacionamentos interpessoais, como testemunham algumas pessoas que com ele conviveram. Ele afirma, no livro Podeis Beber do Cálice?, que conviver diariamente com os membros deficientes da comunidade Daybreake, o pôs em contato com suas próprias feridas e tristezas internas. Por outro lado, testemunha ele, “a alegria que surge ao viverem juntos em uma comunidade de fracos faz a tristeza não apenas tolerável mas uma fonte de gratidão”. Nas palavras de Nouwen:

Minha necessidade de ter amigos, afeição e aceitação estão exatamente aqui para que todos possam ver. Jamais vivi tão profundamente a verdadeira natureza do ministério pastoral: estar com o próximo em compaixão. O ministério de Jesus é descrito na carta aos Hebreus como sendo de solidariedade com o sofrimento humano. Chamar a mim mesmo de padre, hoje, me desafia radicalmente a abandonar qualquer distância, todo e qualquer pequeno pedestal e toda e quelquer posição de poder, e me desafia a associar minha própria vulnerabilidade à daqueles com os quais vivo. E que alegria isso traz! A alegria de pertencer, de fazer parte de algo, de não ser diferente (1996, p. 40, 41).

Alegrias conjugadas com as tristezas

Henri Nouwen diz que nossa concepção sobre a alegria é baseada no sucesso, no progresso e nas soluções fáceis para nossas mazelas e problemas. Volta e meia ouvimos na igreja que a alegria deve ser a marca distintiva do crente. Mas muitas vezes isso se torna algo do tipo “kit-viagem para o país das maravilhas com Alice e o coelhinho”, ou quem sabe não seria uma espécie de “selo de qualidade cristã”: se você tem, tudo bem, mas se não tem, algo deve estar errado com sua fé. Quantas e quantas vezes cheguei até a me culpar por ser induzido a pensar desse modo nada realístico com que a igreja trata de alegria e felicidade hoje, nada diferindo inclusive da alegria ópio que o mundo pós-moderno tem proposto, do sorriso estampado no rosto, pensamento positivo, muito dinheiro no bolso e “saúde pra dar e vender”.

O culto evangélico, de modo geral, tem refletido fielmente essa realidade. Temos cultos para todos os gostos e tamanhos, afinal a demanda do mercado de “bens simbólicos” (que inclui os crentes) exige que as denominações se adequem à lógica do “quem dá mais leva” para não perder os seus para a “concorrência”. O individualismo de nossos cânticos tem desviado nossos olhares da realidade e da missão, transferindo-nos do mundo terrestre para o mundo celeste. Falam de uma alegria “energética”, como uma total ausência de angústias, dores e sofrimentos, e uma constante presença de paz interior e felicidade. Se não for assim, não pode ser a alegria de Cristo, como diz uma célebre frase que por aí tem sido disseminada: “Não estou em crise, estou em Cristo”. Para essa gente, segundo Caio Fabio, “somente todas as coisas boas são as que cooperam para o bem dos que amam a Deus”.

Não preciso contra-argumentar muito pra dizer que isso, apesar de muito comum, é uma tola subversão do Caminho de Jesus e de toda a bíblia. A oração do profeta Habacuque apresenta o que para mim é a idéia de Deus sobre a alegria: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação” (Hc. 3:17-18). Observe que Habacuque não está aqui dando origem a nenhuma filosofia de confissão positiva, nem está dizendo seguramente coisa alguma a respeito do futuro, algo do tipo: “eu determino que a figueira vai florescer” ou “tenho certeza que Deus não vai deixar faltar”, e só por isso me alegro no Deus que me salvou. Não. Ele está dizendo que mesmo que as coisas piorem ainda mais, ainda assim ele poderá se alegrar no seu Senhor.

Para Nouwen, o cristianismo de nossos tempos procura desconectar-se completamente da realidade do sofrimento e da renúncia ou da vida abnegada. É um cristianismo que busca vitórias sem esforços. Almejamos, de acordo com Nouwen, crescimento sem crise, cura sem dores, ressurreição sem cruz. Não é de admirar que gostemos de assistir a desfiles militares e de aplaudir heróis que retornam, operadores de milagres e recordistas. Também não é de admirar que nossas comunidades pareçam organizadas para manter o sofrimento à distância. As pessoas são sepultadas de maneira a disfarçar a morte com eufemismos e ornamentação rebuscada (2002, p. 08).

Na visão de Nouwen, a maneira de Jesus é tão diferente. Ele não veio eliminar as dores, mas ajudar-nos a enfrentá-las com o realismo e a esperança que a vida nesse mundo requer, na perspectiva da graça e do amor de Deus, que padece junto com o sofrimento da humanidade. Ora, mas esse Jesus em nome de quem declaramos, determinamos, fazemos brados de vitória, repreendemos o inimigo, os infortúnios e as doenças que nos assolam, choramos, gritamos, esperneamos, rimos, batemos palma, rolamos no chão, nos declaramos perdidamente apaixonados por ele, não é o mesmo Jesus que disse: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33)? E tudo isso, lembrando, ele disse aos discípulos para que estes tivessem paz. Porém, será que em nossa compreensão triunfalista da fé e ilusória da alegria, existe lugar para se conceber uma paz que não significa apenas “ausência de conflito”, mas que se faz presente especialmente nos lugares de dor?

Em lugar de toda a balbúrdia espiritualista, somos chamados a abandonar a frivolidade do caminho fácil e também do fatalismo e desesperança, a deixar de lado nossos falsos gritos de “Hosana” ao mesmo tempo em que oprimimos nosso povo fabricando ilusões religiosas e, com elas, crentes imaturos e doentes, para viver nos caminhos de Cristo, romper as cadeias que ele rompeu, sofrer nossas próprias dores, não só as inerentes à vida, mas também aquelas inseparáveis do exercício da fé cristã na vida. Nas palavras de Nouwen: Cristo convida-nos a permanecer em contato com os muitos sofrimentos de cada dia e a experimentar o começo da esperança e da nova vida, justamente aí onde vivemos, no meio das feridas, dores, falência. (...) terei menor tendência a negar meu sofrimento quando aprender que Deus o usa para moldar-me e atrair-me para mais perto de si. Deixarei de ver minhas dores como interrupções dos meus planos e serei mais capaz de vê-las como meios de Deus fazer-me pronto a recebê-lo. Deixarei Cristo viver junto às minhas dores e perturbações (2002, p. 09).

O sofrimento que cura

Minha própria percepção é de que se Deus não é pessoal e, por isso, aberto para chorar comigo em minhas tristezas, tampouco será capaz de rir ao meu lado em minhas alegrias ou se regozijar na minha prosperidade. Em Jesus, assim como na experiência de Jó e de tantos outros, não consigo ver um Deus intocável e insensível de tão poderoso que possa ser, mas, por ser tão poderoso, enxergo um Deus que se “rebaixa” se for preciso pra ter compaixão e misericórdia da minha miséria e que caminha comigo, uma ou dez de milhas, tanto no contexto das minhas dores como de meus maiores prazeres, em meio a alegrias que se conjugam com tristezas. Esse é o sentido da espiritualidade para Nouwen. Não se resume na simples idéia de realizar performances e sacrifícios para Deus, mas em convidá-Lo a entrar em nossas vidas de modo que Ele possa chorar com a nossa aflição ao mesmo tempo em que sofremos com as dores de Seu Filho e, conseqüentemente, compartilhemos do sofrimento do amor de Deus por um mundo ferido e proclamemos libertação. Conforme diz Nouwen, “assim como Jesus, quem proclama a libertação é convidado não só a cuidar dos próprios ferimentos e dos ferimentos do outro, mas também a fazer de seus ferimentos uma fonte maior do poder que cura” (2001, p. 119). Para Nouwen, um ministro ferido pode e deve ser também um ministro que cura. Mas, para sermos “servos da cura”, antes é preciso identificar, entender e aceitar nossa própria dor.

“Nenhum ministro pode esconder sua experiência de vida daqueles aos quais quer ajudar”, afirma Nouwen, ao mesmo tempo em que não se pode empregar mal o conceito de ministro ferido defendendo uma forma de “exibicionismo espiritual” (2001, p. 127). Esse é um tipo de equilíbrio que este autor encontrou contra possíveis questionamentos daqueles que porventura acharem que o conceito de ministro ferido é mórbido e doentio, contradizendo, por exemplo, a idéia de auto-realização, auto-estima, auto-preservação, auto-auto, etc., tão usadas no contexto pós-moderno (o que inclui as igrejas). Ou seja, vivemos nossas “vidas espirituais” como alpinistas de egos, parafraseando Philip Yancey.

Conclusão: um modelo para este século

Como você já deve ter percebido, Nouwen concentrou seus escritos no fracasso e nas imperfeições, falando de dores, tristezas, perdas e feridas constantemente presentes em sua vida, arriscando-se a gerar comentários e críticas depreciativas daqueles que não aceitam essa compreensão, assim como eu estou me arriscando nesse momento ao expor seu pensamento de maneira concorde. Michael Ford, biógrafo de Nouwen, e o escritor Philip Yancey, que dedicou um capítulo do livro Alma Sobrevivente exclusivamente para falar de sua admiração por Nouwen e apontá-lo com um de seus mentores, afirmam que esse “espinho na carne”, essa profunda dor que ele dizia “encarar nos olhos” e sobre a qual fazia questão de falar em seus textos, possivelmente era resultante de uma homossexualidade reprimida e, não sem muitas lutas, rejeitada. Enfim, o fato mais importante a se tratar com isso é que todos nós possuímos feridas; algumas estão expostas, outras escondemos o máximo para que ninguém descubra, nos julgue ou aponte-nos como sendo “menos espirituais” por isso. Outras, quem sabe ainda estão obscuras, num campo menos conhecido de nossas vidas. Eu mesmo, tenho que reconhecer, não estou acostumado e nem gosto de falar de minhas próprias mazelas, nem tampouco de expô-las para que os outros vejam. Mas aprendi com Nouwen que “defeitos e fidelidade não suplantam um ao outro, mas coexistem”. Com Philip Yancey, falando sobre Nouwen, também testemunho meu aprendizado de que sofrimento e alegria podem caminhar juntos, que Deus pode usar todas as situações de nossa vida, até mesmo a dor que nunca vai embora (YANCEY, 2004, p. 328).

E porque esta espécie de ministro, defendida por Nouwen, pode ser chamado de um “ministro curador”, ou um “ferido que cura feridas”? Vou deixar com que Nouwen mesmo responda com suas palavras, escritas no livro O Sofrimento que Cura::

É curador porque afasta a falsa ilusão de que integridade pode ser dada de um ser para outro. É curador porque não extrai a solidão e a dor do outro, mas convida a reconhecer sua solidão em um plano que possa ser partilhada. Muitas pessoas nesta vida sofrem porque estão procurando ansiosamente pelo companheiro, pelo evento ou encontro que as livrará da solidão. Mas, quando entram em uma casa de real hospitalidade, percebem logo que seus próprios ferimentos devem ser entendidos não como fontes de desespero e amargura, mas como sinais de que têm que caminhar para frente, obedecendo aos sons do chamado de seus próprios ferimentos (2001, p. 133).

Quero terminar, citando uma canção do Stênio Marcius, que por sua vez se remete a essa profunda poesia da agonia da vida escrita pelo apóstolo Paulo em 2Co. 12:7-10, diz assim:

Às vezes parece que estou só e vencido, mas ao olhar vejo o meu Senhor, olhando para mim e dizendo, dizendo assim: a minha graça, a minha graça te basta, te basta, te basta; Porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. A minha graça te basta, te basta, te basta, porque quando sou fraco é que sou forte, que sou forte, que sou forte.

Jonathan Menezes

14 junho 2007

Saudades de um tempo

Olhando algumas fotografias antigas da década de 70 e 80 da missão Jovens da Verdade, pude perceber as camisetas com inscrições, “Onde está a verdade?”, “Jesus, o caminho” e muitas outras com inscrições bíblicas. Nos carros, lembro bem que os adesivos eram “onde passarás a eternidade” ou “só um caminho”. Tempo bom! Tenho saudades disso, até porque foi exatamente na década de 80 que fui atraído pra Cristo e essa atração se deu por estar em busca da verdade.
Hoje, a mensagem é outra. Tudo é prosperidade, vitória, conquista e triunfo. Não há mais doentes, pobres e arrependidos. Não há mais transformação de vida, mas de situação. Antes, era simples, alegre e comprometido, hoje, é festa, troca de igreja e não há comprometimento.
Antes, chorávamos quando tínhamos um culto para envio de missionário, igreja cheia, família se despedindo, hoje, choramos com a volta do missionário por falta de sustento.
Era uma alegria o boletim do campo, as notícias e as possibilidades de vê-los novamente nas férias. Igreja crescendo com gente vinda do espiritismo e outras religiões. Jovens indo aos acampamentos, de lá alguns voltavam com chamado pra missões ou pastorado. Seminários cheios de vocacionados e igrejas recebendo seus seminaristas nos finais de semana. Grupos musicais tocando nas igrejas com louvores bíblicos, práticos e educadores. Pregadores que não cobravam o famoso cachê, iam nas igrejas abençoar o povo e não havia preocupação em lotar o auditório. Era ministério mesmo e não profissão. Era mensagem e não entretenimento! Que saudades de um tempo que vivíamos o evangelho pelo amor e não por negócio. Louvores eram gravados no famoso LP, mas a preocupação eram que as músicas falassem aos corações e não ao bolso. Vender não era tanto a preocupação, mas a conversão através das músicas era o incentivo.
Que saudades e quem viveu neste tempo também irá pensar o mesmo!

12 junho 2007

Hedonismo, a marca do século presente

O hedonismo [Do grego hēdonē "prazer"]. É uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer individual e imediato o supremo bem da vida humana. Surgiu na Grécia, na época pós-socrática, e um dos maiores defensores da doutrina foi Aristipo de Cirene. O hedonismo moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.

É a tendência a buscar o prazer imediato, individual, como única e possível forma de vida moral, evitando tudo o que possa ser desagradável. O contrário do Hedonismo é a Anedonia, que é a perda da capacidade de sentir prazer, próprio dos estados gravemente depressivos.

Doutrina que considera que o prazer individual e imediato é o único bem possível, princípio e fim da vida moral. A teoria socrática do bom e do útil, da prudência, etc, quando entendida pela índole voluptuosa de Aristipo, leva ao hedonismo, onde toda a bem-aventurança humana se resolve no prazer.

A idéia básica que está por trás do hedonismo é que todas as ações podem ser medidas em relação ao prazer e a dor que produzem.

Busquei na enciclopédia essa definição acima para ter como ponto de partida um breve conversa sobre os nossos dias.
A parada gay que vemos todo ano expressa essa realidade hedonista! Pessoas entrevistadas nas ruas sobre a manifestação gay e sua pretensa liberdade dizem que o importante é ser feliz. Felicidade essa apregoada no prazer. Liberdade não seria poder dizer não ao que se gosta? Livre é quem tem prazer por uma coisa mas consegue dizer não a esse prazer. Liberdade não é se atirar no que gosta. Essa coisa de “sair do armário” tem haver com gente que cansou de resistir e agora se entregou ao prazer. e a isso eu denomino de escravidão. Escravo é quem não tem opção, mas é movido por pulsão.

Na comunidade evangélica o hedonismo também está em moda. É comum ouvirmos sobre igrejas que gostam e não gostam. É comum ouvirmos os crentes criticando coisas por puro gosto e não pela pura verdade. Aliás, verdade logo logo vai virar “peça” de museu. Verdade não é mais o que a bíblia diz, mas o que eu digo e sinto. A força do hedonismo está empurrando as convicções para as emoções. Convicção não é mais o que creio, mas o que sinto e se o que sinto é contra o que creio, fico com o que sinto porque não posso ser incoerente com meus sentimentos. O importante é ser feliz, mesmo que essa felicidade seja abominação contra Deus que diga-se de passagem, Deus sou eu mesmo com minhas vontades.
Que tenhamos força para dizer não ao hedonismo em nossas almas sem sermos masoquistas, que é o próximo assunto que escreverei.

11 junho 2007

A justiça de Nero

Quando pessoas supostamente ofendidas pelas palavras de um articulista se reúnem para mover um processo contra ele, pode ser que tenham intenção legítima. Quando, porém, planejam a instauração simultânea de milhares de processos separados, então o intuito, claramente, é o de arruinar a vida do réu, paralisar pelo terror quem pense como ele e, sobretudo, pressionar a opinião pública. No caso do bombardeio de ações judiciais arquitetado pelo movimento gay contra Dom Eugênio de Araújo Sales, a Defensoria Homossexual de São Paulo não esconde seu propósito de utilizar a justiça como instrumento de coação. "Na Argentina esse procedimento funcionou muito”, afirma um dos promotores da iniciativa: “Os grupos escolhiam cerca de cinco inimigos (julgados ‘homofóbicos') e abriam processos dizendo-se pessoalmente ofendidos. Isso fez o Legislativo enxergar a comunidade como um grupo muito bem articulado para prejudicar a imagem dos políticos e do país.” Não se trata, pois, de uma legítima reparação de danos, e sim de um ato publicitário destinado a chantagear um terceiro.

Mas isso não é tudo.

O que Dom Eugênio escreve é o que está na Bíblia, é o que a Igreja vem repetindo há dois mil anos e o judaísmo há cinco mil. São idéias que educaram a espécie humana e criaram civilizações inteiras. Ele não inventou nada disso e não aderiu a isso por diversão nem cobiça. Aderiu porque acreditava que as lições da Bíblia eram para o bem da humanidade, que justificavam uma vida de esforços ascéticos e o supremo sacritífio do celibato.

Já seus detratores falam em nome do que? Do homossexualismo. Que é homossexualismo? É uma “opção”, como eles mesmos dizem, um modo entre outros de obter gratificação sexual. Afeição entre indivíduos do mesmo sexo não configura homossexualismo. Este só entra em cena quando ao menos um dos envolvidos vê o corpo do outro como objeto de desejo e sonha em entregar-se com ele a práticas homoeróticas. Mesmo supondo-se que essas práticas sejam perfeitamente decentes, ninguém pode alegar que se dedica a elas por abnegação, por idealismo ou por qualquer outra razão meritória. Ninguém faz essas coisas para dar de comer aos pobres, amparar os aflitos, socorrer os doentes ou dar aos moribundos a esperança da ressurreição – ninguém as faz por aquelas razões que levam um ser humano a tornar-se padre, rabino, pastor. Faz porque acha gostoso, e ponto final. E toda escolha de gosto implica, como corolário incontornável, a liberdade de não gostar. A liberdade de achar ruim, feio e repugnante aquilo que os homossexuais acham bom e lindo e delicioso. Por definição, o que é objeto de desejo para um pode ser motivo de repulsa para outro. Querem ver?

“Um nojo. Uma aberração. Me dá vômito. Por que não vão fazer isso em outro lugar? Não vim aqui para ver uma coisa dessas.” Se você dissesse isso de dois barbudos vistos aos beijos e afagos num shopping center , diante de velhinhas e crianças, não escaparia de ser denunciado como criminoso. No caso citado, não há perigo de que isso aconteça: colhi essas palavras num site de homossexuais, proferidas contra as travestis e transexuais que pretendiam -- audácia! -- ser admitidas no recinto sacrossanto das saunas gays , ofendendo a delicada sensibilidade visual dos homossexuais ortodoxos. Comentando a disputa, o sr. Luiz Mott, do Grupo Gay da Bahia, afirma que ambos os lados são “igualmente respeitáveis”. A expressão de repulsa, como se vê, é uma atitude decente quando brota da preferência sexual. Se vem de convicções morais ou do amor a Deus, é um crime.

Por absurda que seja essa situação, ela não é uma novidade na História. No tempo de Nero e Calígula, as diversões homossexuais dos imperadores estavam sob a proteção da lei, enquanto o cristianismo e o judaísmo mal eram tolerados.

Esse padrão de julgamento ainda não é instituição no Brasil, mas o critério moral que o inspira já é dominante na nossa cultura. Quando uma nova moral se dissemina entre as classes letradas, tornar-se lei é apenas questão de tempo. Ainda viveremos sob a justiça de Nero.

Olavo de Carvalho
O Globo, 24 de julho de 2004

14 maio 2007

A Alma católica dos evangélicos no Brasil

Os evangélicos no Brasil nunca conseguiram se livrar totalmente da influência do Catolicismo Romano. Por séculos, o Catolicismo formou a mentalidade brasileira, a sua maneira de ver o mundo, (“cosmovisão”). O crescimento do número de evangélicos no Brasil é cada vez maior – segundo o IBGE, seremos 40 milhões neste ano de 2006 – mas há várias evidências de que boa parte dos evangélicos não tem conseguido se livrar da herança católica.
É um fato que a conversão verdadeira (arrependimento e fé) implica uma mudança espiritual e moral, mas não significa necessariamente uma mudança na maneira como a pessoa vê o mundo. Alguém pode ter sido regenerado pelo Espírito e ainda continuar, por um tempo, a enxergar as coisas com pressupostos antigos. É o caso dos crentes de Corinto, por exemplo. Alguns deles haviam sido impuros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes e roubadores. Todavia, haviam sido lavados, santificados e justificados “em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Co 6.9-11), sem que isso significasse que uma mudança completa de mentalidade houvesse ocorrido com eles. Na primeira carta que lhes escreve, Paulo revela duas áreas em que eles continuavam a agir como pagãos: na maneira grega dicotômica de ver o mundo dividido em matéria e espírito (que dificultava a aceitação entre eles das relações sexuais no casamento e a ressurreição física dos mortos – capítulos 7 e 15) e o culto à personalidade mantido para com os filósofos gregos (que logo os levou a formar partidos na igreja em torno de Paulo, Pedro, Apolo e mesmo o próprio Cristo – capítulos 1 a 4). Eles eram cristãos, mas com a alma grega pagã.
Da mesma forma, creio que grande parte dos evangélicos no Brasil tem a alma católica. Antes de passar às argumentações, preciso esclarecer um ponto. Todas as tendências que eu identifico entre os evangélicos como sendo herança católica, no fundo, antes de serem católicas, são realmente tendências de nossa natureza humana decaída, corrompida e manchada pelo pecado, que se manifestam em todos os lugares, em todos os sistemas e não somente no Catolicismo. Como disse o reformado R. Hooykas, famoso historiador da ciência, “no fundo, somos todos romanos” (Philosophia Liberta, 1957). Todavia, alguns sistemas são mais vulneráveis a essas tendências e as absorvem mais que outros, como penso que é o caso com o Catolicismo no Brasil. E que tendências são essas?

1) O gosto por bispos e apóstolos – Na Igreja Católica, o sistema papal impõe a autoridade de um único homem sobre todo o povo. A distinção entre clérigos (padres, bispos, cardeais e o papa) e leigos (o povo comum) coloca os sacerdotes católicos em um nível acima das pessoas normais, como se fossem revestidos de uma autoridade, um carisma, uma espiritualidade inacessível, que provoca admiração e o espanto da gente comum, infundindo respeito e veneração. Há um gosto na alma brasileira por bispos, catedrais, pompas, rituais. Só assim consigo entender a aceitação generalizada por parte dos próprios evangélicos de bispos e apóstolos autonomeados, mesmo após Lutero ter rasgado a bula papal que o excomungava e queimá-la na fogueira. A doutrina reformada do sacerdócio universal dos crentes e a abolição da distinção entre clérigos e leigos ainda não permearam a cosmovisão dos evangélicos no Brasil, com poucas exceções.
2) A idéia de que pastores são mediadores entre Deus e os homens – No Catolicismo, a Igreja é mediadora entre Deus e os homens e transmite graça divina mediante os sacramentos, as indulgências, as orações. Os sacerdotes católicos são vistos como aqueles através de quem essa graça é concedida, pois são eles que, com as suas palavras, transformam, na Missa, o pão e o vinho no corpo e no sangue de Cristo; que aplicam a água benta no batismo para a remissão dos pecados; que ouvem a confissão do povo e pronunciam o perdão dos pecados. Essa mentalidade de mediação humana passou para os evangélicos, com poucas mudanças. Até nas Igrejas chamadas históricas, os crentes brasileiros agem como se a oração do pastor fosse mais poderosa do que a deles e como se os pastores funcionassem como mediadores entre eles e os favores divinos. Esse ranço do Catolicismo vem sendo cada vez mais explorado por setores neopentecostais do evangelicalismo, a julgar por práticas já assimiladas como “a oração dos 318 homens de Deus”, “a prece poderosa do bispo tal”, “a oração da irmã fulana, que é profetisa”, etc.
3) O misticismo supersticioso no apego a objetos sagrados – O Catolicismo no Brasil, por sua vez influenciado pelas religiões afro-brasileiras, semeou misticismo e superstição durante séculos na alma brasileira: milagres de santos, uso de relíquias, aparições de Cristo e de Maria, objetos ungidos e santificados, água benta, entre outros. Hoje, há um crescimento espantoso, entre setores evangélicos, do uso de copo d’água, rosa ungida, sal grosso, pulseiras abençoadas, pentes santos, do kit de beleza da rainha Ester, peças de roupa de entes queridos, oração no monte, no vale; óleos de oliveiras de Jerusalém, água do Jordão, sal do Vale do Sal, trombetas de Gideão (distribuídas em profusão), o cajado de Moisés...é infindável e sem limites a imaginação dos líderes e a credulidade do povo. Esse fenômeno só pode ser explicado, ao meu ver, por um gosto intrínseco pelo misticismo impresso na alma católica dos evangélicos.
4) A separação entre o sagrado e o profano – No centro do pensamento católico existe a distinção entre natureza e graça, idealizada e defendida por Tomás de Aquino, um dos mais importantes teólogos da Igreja Católica. Na prática, isso significou a aceitação de duas realidades coexistentes, antagônicas e freqüentemente irreconciliáveis: o sagrado, substanciado na Santa Igreja, e o profano, que é tudo o mais no mundo lá fora. Os brasileiros aprenderam durante séculos a não misturar as coisas: sagrado é aquilo que a gente vai fazer na Igreja: assistir Missa e se confessar. O profano – meu trabalho, meus estudos, as ciências – permanece intocado pelos pressupostos cristãos, separado de forma estanque. É a mesma atitude dos evangélicos. Falta-nos uma mentalidade que integre a fé às demais áreas da vida, conforme a visão bíblica de que tudo é sagrado. Por exemplo, na área da educação, temos por séculos deixado que a mentalidade humanista secularizada, permeada de pressupostos anticristãos, eduque os nossos filhos, do ensino fundamental até o superior, com algumas exceções. Em outros países, os evangélicos, têm tido mais sucesso em manter instituições de ensino que, além de serem tão competentes como as outras, oferecem uma visão de mundo, de ciência, de tecnologia e da história oriunda de pressupostos cristãos. Numa cultura permeada pela idéia de que o sagrado e o profano, a religião e o mundo, são dois reinos distintos e freqüentemente antagônicos, não há como uma visão integral surgir e prevalecer, a não ser por uma profunda reforma de mentalidade entre os evangélicos.
5) Somente pecados sexuais são realmente graves – A distinção entre pecados mortais e veniais feita pelo catolicismo romano vem permeando a ética brasileira há séculos. Segundo essa distinção, pecados considerados mortais privam a alma da graça salvadora e a condenam ao inferno, enquanto que os veniais, como o nome já indica, são mais leves e merecem somente castigos temporais. A nossa cultura se encarregou de preencher as listas dos mortais e dos veniais. Dessa forma, enquanto se pode aceitar a “mentirinha”, o jeitinho, o tirar vantagem, a maledicência, etc., o adultério se tornou imperdoável. Lula foi reeleito cercado de acusações de corrupção. Mas, se tivesse ocorrido uma denúncia de escândalo sexual, tenho dúvidas de que teria sido reeleito por uma margem tão grande. Nas Igrejas Evangélicas – onde se sabe pela Bíblia que todo pecado é odioso e que quem guarda toda a lei de Deus e quebra um só mandamento é culpado de todos – é raro que alguém seja disciplinado, corrigido, admoestado, destituído ou despojado por pecados como mentira, preguiça, orgulho, vaidade, maledicência, entre outros. As disciplinas eclesiásticas acontecem via de regra por pecados de natureza sexual, como adultério, prostituição, fornicação, adição à pornografia, homossexualismo, etc., embora até mesmo esses estão sendo cada vez mais aceitáveis aos olhos evangélicos. Mais um resquício de catolicismo na alma dos evangélicos?
O que é mais surpreendente é que os evangélicos no Brasil estão entre os mais anticatólicos do mundo. Só para ilustrar (e sem entrar no mérito dessa polêmica), o Brasil é um dos países onde convertidos do catolicismo são rebatizados nas Igrejas Evangélicas. O anticatolicismo brasileiro, todavia, se concentrou apenas na questão das imagens e de Maria e em questões éticas como não fumar, não beber e não dançar. Não foi e não é profundo o suficiente para fazer uma crítica mais completa de outros pontos que, por anos, vêm moldando a mentalidade do brasileiro, como mencionei acima. Além de uma conversão dos ídolos e de Maria a Cristo, os brasileiros evangélicos precisam de conversão na mentalidade, na maneira de ver o mundo. Temos de trazer cativo a Cristo todo pensamento, e não somente os nossos pecados. Nossa cosmovisão precisa também de conversão (2 Co 10.4-5)
Quando vejo o retorno de grandes massas ditas evangélicas às práticas medievais católicas de usar no culto de Deus objetos ungidos e consagrados, procurando para si bispos e apóstolos, imersas em práticas supersticiosas, me pergunto se, ao final das contas, o neopentecostalismo brasileiro não é, na verdade, um filho da Igreja Católica medieval, uma forma de neocatolicismo tardio que surge e cresce em nosso país, onde até os evangélicos têm alma católica.
Rev. Augustus Nicodemus

11 maio 2007

O papado no mundo

Me irrita ver a “burrice” ou a falta de conhecimento histórico sobre o papado no Brasil.
Cada vez mais fica comprovado a falta de vontade em saber das coisas e o poder do mito na mente dos que não tem fé é absurdo.
O papa chega com honras de chefe de estado, mas se manifesta como religioso. É recebido como quem tem uma mensagem, mas não lê a palavra de mensagem que é a Bíblia. Cita questões desconectadas da realidade e prega um estilo de vida arcaico do qual o império papal não quer viver e não viveu ao longo da história.
Veja por exemplo um trecho de sua história publicado na revista Aventuras na História desse mês de Maio:


“Respeitar os pecados capitais (criados pela própria Igreja) nem sempre foi prioridade no Vaticano”
“No século 6, o papa Gregório I fez uma lista com sete pecados capitais. O catálogo hoje faz parte da doutrina da Igreja: gula, avareza, inveja, ira, soberba, luxúria e preguiça. Os fiéis sempre foram orientados a não ceder a nenhum deles.
Apesar disso, é possível identificar pelo menos seis pecados capitais na história do Vaticano - o da preguiça, se houve, ficou bem disfarçado dentro dos domínios da Igreja.
GULA
Vários papas são conhecidos por ter protagonizado banquetes pantagruélicos. Há até um caso em que a gula está ligada à morte de um pontífice. Em 1471, Paulo II caiu duro logo após comer dois grandes melões sozinho - há suspeita de que ele tenha sido envenenado.
AVAREZA
O maior exemplo da sede de riqueza dos papas é a Doação de Constantino, forjada por volta do ano 800. Imitando um decreto do imperador romano, que vivera 500 anos antes, o falso documento simplesmente doava toda a Europa Ocidental ao papado. Até o fim da Idade Média, muita gente acreditou na farsa.
INVEJA
Em busca do cargo máximo da Igreja, alguns pontífices são acusados de ter mandado matar seus antecessores. O caso mais impressionante é o de Bonifácio VII, que nem precisou de intermediários. Em 974, ele mesmo estrangulou Bento VI para tomar seu lugar.
IRA
Durante o Renascimento, papas não só declaravam guerra como partiam pessoalmente para a briga. Um exemplo foi Júlio II, que chegou a bater até em seus aliados. Certa vez, espancou cardeais que não quiseram segui-lo numa cavalgada pela neve.
SOBERBA
Em 1870, o Concílio Vaticano I (reunião de cúpula da Igreja) declarou que o papa seria infalível em questões de ética e fé. Ao se pronunciar sobre esses dois temas, ele jamais erraria. Os críticos disseram que a decisão tinha menos a ver com a doutrina católica do que com os objetivos politicos de Pio IX, o primeiro papa "infalível".
LUXÚRIA
No início do cristianismo, os papas podiam se casar e ter filhos, assim como qualquer padre da época. Mais tarde, eles se tornaram os grandes defensores do celibato na Igreja. Isso não impediu que, no século 16, o pontífice Alexandre VI tivesse pelo menos nove filhos com três mulheres e ostentasse publicamente a amante Giulia "A Bela" Farnese.”

O povão não sabe de nada disso ou não quer saber, o que é pior!
Bento XVI arvora pra si o poder de dizer que certo homem ou mulher é santo ou santa baseado no texto de Mateus 16.19
“Eu lhe darei as chaves do Reino dos céus; o que você ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na terra terá sido desligado nos céus".”
Ora, esse texto diz que Cristo concede a Pedro o direito de ganhar Judeus e Gentios pro Reino de Deus. Está ligado a 1Corintios 16.9.
O mais inescrupuloso são os jornais fazerem uma matéria histórica sobre cada representante de outras “seitas” no encontro com o papa e no momento de apresentar cada igreja, dizer que a católica Romana surgiu com Jesus Cristo. A imprensa deveria saber mais sobre história eclesiástica. Isso é um atentado a minha inteligência!
Jesus Cristo não fundou Igreja católica Romana, ela surgiu com Constantino no império Bizantino, no ano 312 d.C.

E tudo foi questão política e não religiosa, como por exemplo o celibato defendido pela igreja. O celibato é uma saída administrativa para não pagar pensão e nem herança. A gula do Vaticano não permite pagar nada pra ninguém.

31 março 2007

Arrebatamento

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28 março 2007

Como fui capturado!

A primeira coisa que me chamou a atenção na Renascer foi a "liberdade".
Todos aqueles jovens de cabelo comprido, brinco, usando camisas de bandas de rock, falando gírias, sentando no chão, ouvindo uma banda de rock-gospel tocar. Pausa. (Os cultos evangelísticos são bem diferentes dos cultos comuns, a renascer tem uma estratégia para cada tipo de pessoa e a igreja não é o que aparente ser).
Depois eu fiquei comovido com a forma que fui tratado, as pessoas vinham falar comigo, me tratavam muito bem, eram acolhedores. Se interessavam pelos meus assuntos e sempre comparavam a renascer as outras igrejas "ultrapassadas" que proibiam rock, diversão e etc. Pausa. (A renascer tem um gravadora própria e ela só permite músicas como o rock porque a igreja lucra com isso através da gravadora. Na renascer só é permitido ouvir e cantar músicas das bandas e grupos da Renascer. Todos os cultos são preenchidos exclusivamente com o Grupo Renascer Praise da Bispa Sônia. Quando acaba o culto, você pode comprar os CDs dentro da própria igreja que os vendem no "point gospel". Lá eles não cantam hinos de outras igrejas, mas isso eu só fui descobrir mais tarde.)
Bom, não foi difícil ser atraído pra lá e depois de algumas semanas já havia me filiado à Renascer e agora eu era um "oficial" da Igreja Renascer, este é o primeiro cargo de uma pessoa na Igreja Renascer. É o mais baixo. Quando entrei pra Renascer, levei comigo mais 10 pessoas e estas 10 pessoas levaram também mais gente. É assim que funciona os cultos evangelísticos, quando você converte ou trás um membro de outra igreja, você na realidade não está trazendo só uma pessoa, porque com ela vem os amigos e parentes que por sua vez trarão seus amigos e parentes. É por isso que a Renascer é uma igreja que cresce tanto. Lá eles tem o culto da família que é só pra te incentivar a trazer a sua família pra igreja.
Bom, durante algum tempo eles mantêm a ilusão de que a igreja não te proíbe de nada, você pode continuar fumando, bebendo, fazendo o que você quiser sem ouvir críticas. É o tempo necessário para te fazer uma lavagem cerebral. Deste modo eles conseguem te convencer de parar de fazer estas coisas sem que você perceba e fique impactado. Quando sua mente estiver no ponto você será um verdadeiro alienado e eles acabam te convencendo de que estão fazendo com que você seja mais livre. Eu não faço psicologia, mas eles utilizam algo como psicologia reversa.
Como oficial da igreja você recebe algumas tarefas. Eu por exemplo tinha que ir fazer pedágio, que é nada menos que vender balinhas no sinal de trânsito para arrecadar dinheiro para um suposto centro de recuperação de drogados. Em geral arrecadávamos de R$ 100 a R$ 200 por dia e fazíamos isto de 2 vezes por semana, quando tinha algum desafio pra cumprir chegávamos a fazer 5 vezes. Só com isto a igreja lucrava de R$ 800 a R$ 4.000 por mês. As pregações na renascer são sempre em dois períodos, a primeira pregação é só sobre oferta e a segunda é sobre temas diversos. Ambas são produzidas pelo Apóstolo e vem direto de SP para todo o Brasil. A renascer também tem um culto só para empresários (AREPE), nestes cultos rolam cházinhos e comes e bebes e todo mundo usa roupa chic.
Bom, mas voltando ao assunto da lavagem cerebral, a igreja começa a te encolver em tarefas e em cargos para que você fique mais ligado a ela. O primeiro passo da lavagem cerebral é te isolar das "más" influências, por isso você acaba aprendendo que as pessoas que não estão na igreja estão perdidas, são ímpios e precisam que você os converta.Aos poucos eu fui ficando tão atarefado na igreja que deixei de jogar futebol para ir ao culto do PA (Projeto Amar) as 15 horas e só saía da igreja as 22 horas. A igreja passou a ser a minha casa. O pastor me dizia, cuida das coisas de Deus que ele vai cuidar das tuas coisas. Então eu dava o meu sangue pela igreja. A Renascer tem nada menos que 12 cultos por semana e eu ia em 10. Só no domingo ela tem 5 cultos. Entre outras coisas eu era na Renascer : Levita (musico), líder do grupo de dança, recepcionista, integrante do P.A, integrante da escola de profetas, integrante do R12, líder de uma banda gospel, integrante do teatro e etc... Cada setor da renascer recolhe um tipo de oferta e também tem os desafios : Desafio da TV, desafio da rádio, gideão e etc... Junta-se a isso o dízimo e as ofertas diárias e doações, também acrescenta -se a venda de CDs, livros e outros...A RENASCER É UMA MÁQUINA DE DINHEIRO.
O segundo passo da lavagem cerebral é te ensinar que se você fizer as coisas como eles pedem você será recompensado, caso contrário irá sofrer. Eles criaram algo chamado "habilitação espiritual" que consiste basicamente nisto. Para você alcançar certas bênçãos você precisa de habilitação espiritual. Por exemplo : Se você dá o dízimo e é um gideão da conquista, você tem habilitação espiritual para conquistar bens financeiros.
O terceiro passo é a submissão. Eles te ensinam que você deve ser submisso aos líderes. Se você não for submisso você está "fora da visão"
é um rebelde. Eles tem reuniões só pra te ensinar a ser submisso. E em contra partida você pode escolher 12 pessoas para serem submissos a você, é o R12. Funciona assim, eu era um discípulo do R12 do pastor e eu também escolhi 12 e por sua vez cada um escolhia mais 12 e etc... Assim você aprendia a ser submisso e como era bom ter pessoas submissas a você. Na Renascer além do pastor temos os bispos, os bispos primazes, a bispa Sônia e o Apostolo..na ordem crescente. Cada palavra de um líder deve ser encarada como uma ordem. Desta forma você passa a ser um soldadinho. Outro detalhe é que de pastor pra cima você recebe salários e também uma porcentagem do que arrecada no mês se você cumprir a meta de dinheiro estabelecida.
As táticas de arrecadação
Na igreja Renascer, tudo é feito com doações, eles não gastam o dinheiro do dízimo com nada.
PA Gospel Café - Funciona como uma lanchonete gospel, você vai a igreja neste dia e ela está toda decorada como se fosse uma casa noturna, você senta come um salgado, uma pizza , bebe um refri e assiste a um show gospel, que pode ser uma banda de rock-gospel, teatro ou grupo de dança.
Eu trabalhei muito neste evento com a minha banda, como garçom , correndo atrás de doações e etc. Você pode imaginar como eles lucram ??
Você pega um brioche doado e vende por R$1,50, você lucra 100%.
Culto do PA. É parecido com o PA Gospel Café, mas neste caso é apenas um culto gerenciado por jovens, acontece as 15 horas de domingo. Lá os jovens tem oportunidade de fazer pregações e etc.. Como sempre o apelo por ofertas é alto.
Free Gospel - Neste dia a igreja vira uma boate, com dance music, hip-hop, funk..tudo gospel ! No meio da noite eles param pra fazer pregações e pedir ofertas.
Pregação da Oferta - Antes da pregação comum eles fazem a pregação da oferta, que consiste em ficar 30 minutos pelo menos falando de como é bom ofertar. Os pastores pegam pesado nestas pregações, fazem o possível pra te convencer a ofertar o máximo. Você tem que ofertar alguma coisa, nem que seja um brinco que depois será vendido no bazar. Nestas pregações eles citam versículos bíblicos como por exemplo o que fala que Abraão deu seu único filho e que então você também tem que dar o seu melhor (ou seja a nota mais alta que você tiver na carteira), falam de que você tem que ofertar em gratidão a tudo que Deus lhe deu e etc...
Apelam para o emocional...fazem de tudo.
Bazar - Eles pedem muitas doações na igreja. Mas você pensa que eles dão as roupas para os pobres ?? Não ! Eles vendem ! Tudo vira dinheiro na Renascer, se você doar um relógio de R$100,00 eles vendem por R$50. Tudo vira dinheiro !
Carnê de Gideão - É um carnê que você paga todo mês. Uma mensalidade. Lá na Renascer não é só o dízimo que comanda. Eles tem um culto só pra quem é "gideão da conquista" lá eles falam como a vida deles melhorou quando passaram de simples dizimistas pra gideões da conquista.
Ofertas - Assim que você chega e vai se sentar tem uns 3 envelopes de oferta. Oferta, oferta de milagres e oferta especial. Depois do louvor vem a pregação de oferta e depois você oferta. aí no final do culto eles dizem coisas tipo : Se você recebeu uma benção de uma oferta de milagres, se você tem uma causa especial dê uma oferta especial.
Semeadura- Apesar de receberem salário da igreja os pastores e líderes tem a cara de pau de te pedir uma oferta exclusiva pro bolso deles.
Rifa- Meu colega deu uma bicicleta pra igreja e eles rifaram ela. É comum o uso de rifa na igreja, tudo vira dinheiro. Também é comum os próprios líderes ganharem, ainda mais quando alguém doa um automóvel ! O pior que tem gente acha legal... - viu como eles são abençoados ?
Aleluia !
Pedágio - Funciona assim, eles mandam os adolescentes e jovens mendigar no sinal de trânsito. Compram um saco de balas vagabundas e vendem 5 por
1 real (o triplo do preço) no sinal de trânsito. Meu colega era líder do pedágio e apesar de ficar com a gente mendigando no sinal o dia todo, a igreja não nos dava nem um lanche. Por isso já teve vezes dele não entregar o dinheiro todo e comprar um rango pra gente !
Revistas, CDs e Vídeos - Eles te empurram todo tipo de coisa, não só isso, mas tb adesivos, fitas, camisas..tudo da renascer. A renascer é uma loja !
Acampamentos - Custam o olho da cara e quando você chega lá se decepciona. Eu fui em um que nem chuveiro quente tinha, tive q tomar banho de cachoeira e levar barraca pra poder dormir ! E tome culto e pedido de ofertas. Novamente toda a comida do acampamento é feita através de doações das próprias pessoas que compram os convites. Se você não tem dinheiro pra ir, você não vai ! A menos que vá pro sinal vender balas ou revistas, aí eles te dão uma parte do dinheiro pra pagar sua estadia !
Ceia de oficiais - É onde a grana rola forte. Uma vez em Botafogo eu vi arrecadarem R$ 30 mil só em uma levada...não sei qual foi o valor no final o culto, mas foi alto. Estas ceias arrecadam muito porque são feitas exclusivamente pra oficiais (membros) da igreja, aí eles podem pedir muito porque os oficiais tem a mente dominada. Lembro-me de que quando fui a uma ceia em SP a Bispa pediu para darmos cheques pre-datados e depois ela teve a cara-de-pau de desmentir isso na televisão (Gugu) aquilo me deixou muito puto. Também vi o apostolo pedir dinheiro como num leilão decrescente, primeiro pediu dez mil reais, depois R$5 mil e foi caindo até chegar a R$ 1 mil. O pior é que teve muita gente que deu ! Só quando ele pediu R$10 mil levantaram 4 pessoas.
Isso e muito mais você vê quando vai a igreja ! Ainda tem o que eles pedem pela Rádio, TV e Publicações ! É MUITA GRANA !

Dantas (ex- Renascer)