31 março 2010

O Inconsciente Religioso II

Desde muito tempo o homem vem numa busca incessante pela imortalidade.
Faz isso através dos remédios e da medicina. Faz isso através da fé e da religião, com rituais e oferendas para aplacar a ira de Deus.
Na outra ponta disso temos o medo da morte! Esse medo que nos empurra para a busca pela vida. Segunda a Bíblia morremos quando pecamos e nos afastamos de Deus.
Recentemente em Genebra os cientistas comemoraram o sucesso da reprodução de partículas que deram inicio ao Big Bang, explicação científica para a origem do planeta, ou melhor, do universo.
A tentativa de deixar Deus de fora da criação persiste!
A meu ver é uma busca pela sobrevivência e permanência porque chegando à recriação da origem do universo poderemos chegar na possibilidade da imortalidade do corpo pela ciência.
O que é prometido pela Bíblia à ciência tenta fazer pelas próprias mãos.
Dentro do conceito Junguiano essa inconsciência coletiva é criativa, potencialmente passível de criar qualquer coisa. Segundo Jung o inconsciente não possui apenas recalques, mas criatividade.
Se a Bíblia diz que nós somos a imagem e semelhança de Deus, então possuímos a mente de Deus! A necessidade criativa está em nós, então Jung está certo quando diz que é coletiva e Arquetípica.
Eu busco a imortalidade tal como Deus tem. Eu busco a criatividade tal como Deus tem e busco a independência tal como o diabo tem. Caramba, cheguei à escuridão. Ai Jung diz que é a sombra! O mal que reside em mim, mas isso a Bíblia também afirma. Paulo descreveu isso de uma forma em que ele não fazia o que queria, mas realizava o que não queria. Ele mesmo disse que não deveríamos dar lugar ao diabo.
Vivemos a luta dicotômica em dar vazão a criatividade e imortalidade que vem de Deus com a independência que Deus não tem. Sim, não tem porque segundo a Bíblia ELE é triuno e ainda por cima nos criou com o objetivo de manter conosco a comunhão. Deus nos ouve quando oramos! Deus tem prazer em estar conosco.
O diabo rompeu com Deus e vive na vaidade de suas obras! Ele não tem prazer na criatividade porque em sua mente não há. Ele nem sabe o que é isso, o máximo que consegue é a deturpação do que Deus fez e faz.
A humanidade vive na inconsciência religiosa mas só alguns conseguem dar vazão a parte criativa de Deus, a outra continua na sombra, na vaidade e na deturpação do outros fazem, alguns na destruição mesmo porque não enxergam seus pecados e muito menos querem se livrar deles.

Continuaremos na próxima semana!

26 março 2010

O Inconsciente Religioso I

Jung, criador da Psicologia Analítica, psiquiatra Suíço e discípulo "rebelde" de Freud disse que o inconsciente humano é mais do que recalques sexuais. Ele também é formado de histórias primitivas que herdamos dos nossos pais, antepassados e culturas. Sendo isso verdade faz sentido quando a teologia diz que pecamos desde o princípio e que herdamos de Adão e Eva a genética do pecado. Nascemos com uma predisposição mental para pecar!
Quando leio que carregamos no corpo as marcas do pecado, esse corpo não é soma(carne), mas ego(caráter), minhas atitudes mentais.
Tenho dito em nossos estudos de Quarta-Feira que muito do que cremos e pensamos está regado pela cultura em que estamos inseridos e mais do que isso, tenho afirmado que o culto que praticamos hoje da forma em que praticamos é eminentemente Americano-Inglês. Os instrumentos, a disposição do salão e o próprio púlpito são puramente da reforma protestante de origem Inglesa.
Nem sempre conseguimos separar nossa crença pessoal e o que herdamos daquilo que a Bíblia diz que é. A isso digo que muitas vezes temos uma idéia de Deus influenciada pela idéia que fizemos dos nossos pais. Quando muito, ficamos com uma visão separada, mas se não tivemos intimidade com os pais, muito raramente teremos uma intimidade com Deus como Pai. Preferimos a visão de Deus Senhor, distante e não aquela de Jesus, Aba Pai. (Paizinho)
A mesma coisa temos sobre a igreja! Estudando a história descobri que no passado, muito remoto, bem antes de Cristo as doenças eram tratadas pelos sacerdotes de várias religiões e culturas. Isso porque a humanidade acreditava que as enfermidades tinham um aspecto espiritual. Hoje, á própria ciência discute a importância da fé (positivista) na cura das enfermidades. Os primeiros a se dedicarem a cura foram os sacerdotes, a procura era tão grande que os budistas tinham seus templos lotados de doentes. Foi Buda, Sidarta Gautama que mandou construir outras instalações a parte dos templos para tratar os doentes. Surgia ai a primeira versão de hospital. O nome hospital vem do latim hospitalis, que significa lugar de hospitalidade, acolhimento e abrigo.
Os primeiros hospitais do Ocidente surgiram na Roma antiga, mais foi gradativamente ao longo da história surgindo os médicos de hoje pautados mais na ciência do que na crendice.
Por isso que acredito ser uma profissão “sacerdotal” a do médico. Recentemente li uma entrevista de um Neurocientista que afirmava que os médicos deveriam ser médicos pela profissão e prazer sem visar o dinheiro.
Voltando ao inconsciente coletivo de Jung, acho que é por isso que as Igrejas pensam que a tarefa maior delas é curar enfermos. Embora que Jesus não tenha dado essa tarefa aos apóstolos entre as quatro paredes da igreja, mas os designou que fossem pelo mundo, mas a igreja sendo vista como templo pelos cristãos (equivocados) carregamos no inconsciente a idéia de que temos de curar, ou pelo menos tratar com hospitalidade os enfermos, pena que tenhamos dado muita ênfase na cura do corpo e tenhamos deixado de lado as doenças de ordem emocional ou mental. A isso damos crédito ao diabo, pois é mais fácil do que admitir a loucura ou a neurose.

*Acompanhe semanalmente o que estarei escrevendo aqui sobre Inconsciente Religioso.

12 março 2010

Tá complicado

Um advogado criminalista em um jornal do estado de São Paulo disse que a profissão de advogado está ficando difícil.
Ele diz que a proliferação de faculdades de direito tira a seriedade da profissão, os advogados não tem um porta voz e a preocupação com o êxito pessoal tem lhe tirado os ânimos com a profissão.
Vejo os mesmos problemas e dificuldades no pastorado.
Inúmeras instituições de teologia na internet que são caça níqueis e pastores com forte concentração na imagem pessoal. Formação daquelas que pagou levou, pagou um pouco mais leva Doutorado em Divindade e mais, a formação em teologia para o pastorado embora seja uma exigência das denominações sérias e conservadoras não é para as “boquetas” de “igrejicas” espalhadas no Brasil. Vale mãosada na cabeça e neologismo e vamo embora.
A Igreja Universal está juntamente com a UNB em Brasília abrindo concurso público para pastores com salário inicial em 8 mil reais. Isso mesmo, se quiser saber mais clique no link abaixo e veja melhor.

http://fazendavirtual.wordpress.com/2009/08/23/igreja-universal-abrira-concurso-para-pastor-salario-inicial-de-r-8-23482/

O jornal noticiou que dois pastores da Igreja Mundial do Poder de Deus foram presos por contrabandear armas. Acredito que o tal Waldomiro não sabia disso, mas o problema é que a empresa dele, ops, desculpe, a igreja dele, cresceu tanto que teve de pegar pastores nas “esquinas” da vida pra atender a demanda de abertura de igrejas. Em minha cidade, interior do Rio de Janeiro, tem uma dessas dele. Na fachada da igreja tem um banner gigante com a foto do Waldomiro. Acompanhamento pastoral, estudo, grupos e atendimento ao membro não existe.
É o problema do advogado que citei acima! Pastorado na bíblia é dom, chamado e vocação, no mundo é experteza, profissão e oportunidade.
Eu sou pastor para as ovelhas que congregam em minha paróquia e não para o mundo, mas por causa dessa problemática eu cada dia mais quando sou perguntado sobre minha profissão, não hesito em responder: Psicanalista ou Terapeuta.
Mas até na terapia já há boquetas e inúmeras instituições com cursos por correspondência. Mas por enquanto nenhum psicanalista foi noticiado como pilantra na televisão.

02 março 2010

Maçonaria perguntas e respostas!

Algumas pessoas me procuram com a pergunta: Um cristão pode pertencer a maçonaria?
Por conta desta problemática e pelo crescimento e curiosidade pela maçonaria inclusive depois do livro de Dan Brown, eu resolvi tentar explicar ou desmistificar a maçonaria.
Eu fui maçom por 4 anos, chegando a mestre maçom, o 3º grau simbólico, porque depois desse são considerados os graus filosóficos chegando ao 33º.
Caso aqui não tenha respondido a alguma pergunta que você tenha, escreva pra mim e terei o maior prazer em lhe responder.

Quem pode participar da maçonaria? –Todos que estiverem limpos perante a justiça e forem convidados por um maçom. Os convidados geralmente possuem um bom nome ou são reconhecidos profissionalmente.

É verdade que ela ajuda a todos que entram? – Isso é mito. Ninguém muda de vida depois de se tornar maçom, porque essa tal ajuda propagada vai depender de cada maçom. O que acontece é um privilégio por ser maçom, no sentido de trocar produtos entre si. Caso você tenha um comércio, os maçons irão comprar com você, mas também vai depender do produto ou do preço, porque nenhum maçom compra de você só por ser maçom. Também não tem esse negócio de entrar desempregado para uma loja de maçons e sair empregado. Isso é mito!

É verdade que a maçonaria tem parte com o diabo? – Mito, puro mito. Há símbolos condenados pelos cristãos, como por exemplo: Um caixão, cabeça de bode, enxofre e outros. São símbolos que tratam de uma reflexão sobre os assuntos de morte, soberba e etc... mas dizer que ela tem pacto com o diabo é invenção.

A maçonaria é religião? – Ela diz que não, mas eu posso afirmar que sim, porque usam a Bíblia, recebem “passe” na cadeia de união, que é um momento em que os maçons reunidos ouvem a palavra sagrada do mês, o que lhes dá acesso as lojas e testificam que um maçom está regular, fazem rituais para cada grau e invocam muito a presença do Grande Arquiteto do Universo que é a figura de Deus para eles e estudam sobre a vida e comportamentos bons e maus. Creio ser possível ser maçom e não precisar ir a nenhuma igreja ou qualquer religião, embora seja ela 80% freqüentada por espíritas.

Como surgiu a maçonaria? -Segundo a história com os pedreiros livres da França, por isso a tese de Dan Brown em seu último livro, mas há quem diga que veio de Salomão ou até mesmo do Egito. A mais plausível é a origem da França com os pedreiros porque os simbolos usados são da construção. Martelo, esquadro, compasso e outros, assim como a denominação para DEUS como o Grande Arquiteto do Universo.

Qual o objetivo das reuniões? -Cumprimento do ritual que segundo os maçons é aonde o participante é lapidado. Os rituais servem para abertura dos trabalhos e depois se ensina ou faz algo para o crescimento espiritual dos participantes, por isso que atesto que é religião.

A maçonaria tem alguma base bíblica? -Não. O que há são alguns utensilios nas lojas que são cópias do templo de salomão, tipo: a pia de bronze, os capitéis, a romã, colunas e etc.., mas isso não significa base bíblica.


É verdade que os evangélicos foram beneficiados por ela? –Sim! Quando o catolicismo perseguiu os protestantes a maçonaria interviu com a égide máxima deles. Igualdade, Fraternidade e Liberdade. Nós protestantes temos uma “dívida” com a maçonaria sobre este assunto.

Esse negócio de 3 pontinhos na assinatura existe mesmo? –Sim, os maçons se reconhecem desta forma, mas há outros modos de se identificar como maçom.

Quais são os outros? – Um maçom pergunta pra outra pessoa: “Tudo justo e perfeito?” Se a pessoa for maçom deverá responder: “Entre ambas as colunas”. Também há perguntas do tipo: “Como está o filho da viúva.” Se a pessoa for maçom saberá que a pergunta é pra si, então deverá responder sobre si mesmo. Enfim, há diversos sinais para identificação. Sinais com a mão no pescoço, na cintura, no coração e cada um desses é de um grau diferente.

Esses graus são o que? – Os graus são...eu poderia dizer, a classe de ensino que um maçom está “matriculado”. Ele aprende coisas devidas do grau e fazendo os testes irá para um outro acima. Como uma escola, por exemplo.

Existe na maçonaria uma sala chamada câmara de reflexão? – Sim, há e nela existem os objetos que citei em outra pergunta. Caixão, cabeça de bode, enxofre e etc. Todos esses objetos são para provocar a reflexão, porque a maçonaria é absolutamente simbólica.

Tem coleta de dinheiro na maçonaria?
– Tem, mas não como na igreja, é uma mensalidade para manutenção da loja ou ajudar quem precisa. Um pouco parecido com igreja neste sentido, mas não é o dízimo.

A roupa usada é o paletó preto?
– Um deles, porque eu usava um balandrau, espécie de batina de padre toda preta. Paletó é mais formal é para os iniciantes. Não era o meu caso!

Existe alguma vantagem em participar da maçonaria? – Não vejo porque, mas para gente que gosta de pertencer a grupos fechados e exercer poder político a maçonaria pode ser muito vantajosa.

O que você diria para um cristão? –Perda de tempo, embora seja bonito as decorações e os ritos, mas já temos a vida cristã e já somos irmãos em cristo, não precisamos de outros.