Quando fico vendo a defesa ardorosa de muitos cristãos sinceros a favor da nação de Israel e sua política territorialista expansionista, confesso-me assustado.
Primeiro, porque, muitos revelam um desconhecimento relevante da história do Oriente Médio. Segundo, porque, ao mesmo tempo percebo um desconhecimento da teologia bíblica, e isso me deixa mais triste ainda. Alguns olham os palestinos com um ódio cego, sem perceber que os judeus, que já foram vítimas do ódio nazista fazem historicamente pequenas demonstrações de uma maldade similar, quando, só para citar um exemplo, em 1983 mataram mais de 2000 palestinos nas cidades de Sabra e Shatila, sobe o regime de terror, chefiado por Ariel Sharom, ex primeiro ministro de Israel que ainda está em coma, extremamente belicoso, usando inclusive, na época, bonecas cheias de bombas, que deixaram crianças sem seus bracinhos até os dias de hoje, criando uma geração de adolescentes deformados e amargurados.
Um dos argumentos mais usados é: "Israel é a menina dos olhos de Deus" ou "Israel é o povo de Deus, não se pode mexer com ele" e vai por aí a fora. Esse simplismo encerra uma discussão mais profunda.
Precisaríamos de espaço para incluir o estudo da escatologia, da soteriologia e de outros temas teológicos que certamente este pequeno artigo não comportaria, outrossim, vale lembrar que Deus há de tratar com a nação de Israel no plano profético, mas a qualidade de "Povo de Deus", hoje, pertence eminentemente a igreja conforme se vê em I Pe 2:9. "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz"
A questão palestina: Os ancestrais palestinos chegaram à costa do Mar Mediterrâneo antes de 3.500 a.C., para se dedicar à pesca, agricultura e pastoreio. Teve de enfrentar, ao longo dos séculos, a dominação de egípcios, assírios, caldeus, persas, romanos, hebreus e também os cruzados cristãos. Vivendo 400 anos sob o jugo do Império Turco-Otomano, são antigos moradores da região e deveriam ser tratados com respeito. Já nos dias de Jesus, os palestinos residiam ali. Nas cidades chamadas gentílicas, na Galiléia (em Decápolis), Naftali e Zebulom, e na Samaria (palestinos não são árabes).
Em nenhum momento o Senhor Jesus reclamou o direito de Israel sobre essas terras ocupadas em toda a Palestina, quer sob o jugo romano (o império mundial da época) quer pelo uso por outras gentes.
Para Jesus, a nação desobediente de Israel, não precisava de um mundo material ou de um reino geográfico que se acabaria, e sim do conhecimento do verdadeiro Deus. Jesus não foi um político pró-israelita e por isso, foi crucificado pelos judeus.
A questão de Israel como filhos de Abraão e sua superioridade sobre as demais nações foi duramente rechaçada por Jesus, quando lhes anunciara a sua missão como Messias e a sua divindade: "para que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou." Jo 5:23. Sim, para Jesus, os Judeus não aceitavam o filho e por isso rejeitavam também o Pai.
O Deus dos Judeus, como no período de Jesus, não é, em concepção, o mesmo Deus dos cristãos, porque para os judeus não há Trindade, nem há divindade em Cristo ou no Espírito Santo. Seria como achar que o Deus das Testemunhas de Jeová é o mesmo Deus cristão. E não o é de fato! O diálogo de Jesus com os seus compatriotas, relatado pelo evangelista João, revela bem como era intolerante a relação deles para com Jesus. Disse Jesus: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não encontra lugar em vós." "Responderam-lhe: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, fazei as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim que vos falei a verdade que de Deus ouvi; isso Abraão não fez. Respondeu-lhes Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, vós me amaríeis, porque eu saí e vim de Deus; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira."
Ora, segundo fica claro nessa discussão é que Jesus já não considerava os judeus mais "O povo de Deus," caso contrário, não os chamaria de filhos do diabo. Em Romanos 10, o apóstolo Paulo fala do assunto também, dizendo que os judeus deixando a promessa, tornaram-se tão transgressores como qualquer um, e por isso, todos são iguais perante Cristo, e lamentava profundamente: "Irmãos, o bom desejo do meu coração e a minha súplica a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo por Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus. (...) Porque a Escritura diz: Ninguém que nele crê será confundido. Porquanto não há distinção entre judeu e grego; porque o mesmo Senhor o é de todos, rico para com todos os que o invocam. (...) Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Mas nem todos deram ouvidos ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem deu crédito à nossa mensagem? Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo. Mas pergunto: Porventura não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra saiu a voz deles, e as suas palavras até os confins do mundo. (...) Mas pergunto ainda: Porventura Israel não o soube? Primeiro diz Moisés: Eu vos porei em ciúmes com aqueles que não são povo, com um povo insensato vos provocarei à ira.
E Isaías ousou dizer: Fui achado pelos que não me buscavam, manifestei-me aos que por mim não perguntavam. (...) Quanto a Israel, porém, diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente."
Segundo verificamos, não há nenhum princípio bíblico que coloque os judeus em hegemonia ou superioridade espiritual, ao contrário, diz Paulo ainda em Gálatas 3: 28 e 29: "Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa."
Portanto, meu querido irmão, se os judeus por dureza de coração, rejeitaram a promessa, o Messias e continuam desonrando o Filho, estão de igual modo, sujeitos aos mesmos erros dos palestinos, árabes, mulçumanos, hindus, etc.
E todos juntos, se não se arrependerem, continuarão, filhos da ira de Deus. Convém lembrar que hoje é proibido pregar o evangelho em Israel, e apenas 3% da população é cristã, e que eles rejeitam tacitamente a obra regeneradora do Espírito Santo, através de Jesus.
Por isso disse Jesus aos Judeus: "Vos disse que morrereis em vossos pecados; porque, se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados." Jo 8:24.
Pastor Neucir Valentim
Primeiro, porque, muitos revelam um desconhecimento relevante da história do Oriente Médio. Segundo, porque, ao mesmo tempo percebo um desconhecimento da teologia bíblica, e isso me deixa mais triste ainda. Alguns olham os palestinos com um ódio cego, sem perceber que os judeus, que já foram vítimas do ódio nazista fazem historicamente pequenas demonstrações de uma maldade similar, quando, só para citar um exemplo, em 1983 mataram mais de 2000 palestinos nas cidades de Sabra e Shatila, sobe o regime de terror, chefiado por Ariel Sharom, ex primeiro ministro de Israel que ainda está em coma, extremamente belicoso, usando inclusive, na época, bonecas cheias de bombas, que deixaram crianças sem seus bracinhos até os dias de hoje, criando uma geração de adolescentes deformados e amargurados.
Um dos argumentos mais usados é: "Israel é a menina dos olhos de Deus" ou "Israel é o povo de Deus, não se pode mexer com ele" e vai por aí a fora. Esse simplismo encerra uma discussão mais profunda.
Precisaríamos de espaço para incluir o estudo da escatologia, da soteriologia e de outros temas teológicos que certamente este pequeno artigo não comportaria, outrossim, vale lembrar que Deus há de tratar com a nação de Israel no plano profético, mas a qualidade de "Povo de Deus", hoje, pertence eminentemente a igreja conforme se vê em I Pe 2:9. "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz"
A questão palestina: Os ancestrais palestinos chegaram à costa do Mar Mediterrâneo antes de 3.500 a.C., para se dedicar à pesca, agricultura e pastoreio. Teve de enfrentar, ao longo dos séculos, a dominação de egípcios, assírios, caldeus, persas, romanos, hebreus e também os cruzados cristãos. Vivendo 400 anos sob o jugo do Império Turco-Otomano, são antigos moradores da região e deveriam ser tratados com respeito. Já nos dias de Jesus, os palestinos residiam ali. Nas cidades chamadas gentílicas, na Galiléia (em Decápolis), Naftali e Zebulom, e na Samaria (palestinos não são árabes).
Em nenhum momento o Senhor Jesus reclamou o direito de Israel sobre essas terras ocupadas em toda a Palestina, quer sob o jugo romano (o império mundial da época) quer pelo uso por outras gentes.
Para Jesus, a nação desobediente de Israel, não precisava de um mundo material ou de um reino geográfico que se acabaria, e sim do conhecimento do verdadeiro Deus. Jesus não foi um político pró-israelita e por isso, foi crucificado pelos judeus.
A questão de Israel como filhos de Abraão e sua superioridade sobre as demais nações foi duramente rechaçada por Jesus, quando lhes anunciara a sua missão como Messias e a sua divindade: "para que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou." Jo 5:23. Sim, para Jesus, os Judeus não aceitavam o filho e por isso rejeitavam também o Pai.
O Deus dos Judeus, como no período de Jesus, não é, em concepção, o mesmo Deus dos cristãos, porque para os judeus não há Trindade, nem há divindade em Cristo ou no Espírito Santo. Seria como achar que o Deus das Testemunhas de Jeová é o mesmo Deus cristão. E não o é de fato! O diálogo de Jesus com os seus compatriotas, relatado pelo evangelista João, revela bem como era intolerante a relação deles para com Jesus. Disse Jesus: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não encontra lugar em vós." "Responderam-lhe: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, fazei as obras de Abraão. Mas agora procurais matar-me, a mim que vos falei a verdade que de Deus ouvi; isso Abraão não fez. Respondeu-lhes Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, vós me amaríeis, porque eu saí e vim de Deus; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira."
Ora, segundo fica claro nessa discussão é que Jesus já não considerava os judeus mais "O povo de Deus," caso contrário, não os chamaria de filhos do diabo. Em Romanos 10, o apóstolo Paulo fala do assunto também, dizendo que os judeus deixando a promessa, tornaram-se tão transgressores como qualquer um, e por isso, todos são iguais perante Cristo, e lamentava profundamente: "Irmãos, o bom desejo do meu coração e a minha súplica a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo por Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus. (...) Porque a Escritura diz: Ninguém que nele crê será confundido. Porquanto não há distinção entre judeu e grego; porque o mesmo Senhor o é de todos, rico para com todos os que o invocam. (...) Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Mas nem todos deram ouvidos ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem deu crédito à nossa mensagem? Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo. Mas pergunto: Porventura não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra saiu a voz deles, e as suas palavras até os confins do mundo. (...) Mas pergunto ainda: Porventura Israel não o soube? Primeiro diz Moisés: Eu vos porei em ciúmes com aqueles que não são povo, com um povo insensato vos provocarei à ira.
E Isaías ousou dizer: Fui achado pelos que não me buscavam, manifestei-me aos que por mim não perguntavam. (...) Quanto a Israel, porém, diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente."
Segundo verificamos, não há nenhum princípio bíblico que coloque os judeus em hegemonia ou superioridade espiritual, ao contrário, diz Paulo ainda em Gálatas 3: 28 e 29: "Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa."
Portanto, meu querido irmão, se os judeus por dureza de coração, rejeitaram a promessa, o Messias e continuam desonrando o Filho, estão de igual modo, sujeitos aos mesmos erros dos palestinos, árabes, mulçumanos, hindus, etc.
E todos juntos, se não se arrependerem, continuarão, filhos da ira de Deus. Convém lembrar que hoje é proibido pregar o evangelho em Israel, e apenas 3% da população é cristã, e que eles rejeitam tacitamente a obra regeneradora do Espírito Santo, através de Jesus.
Por isso disse Jesus aos Judeus: "Vos disse que morrereis em vossos pecados; porque, se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados." Jo 8:24.
Pastor Neucir Valentim
2 comentários:
Olá Jean, Paz!
Parabéns pelo Blog.
Grande abraço,
Dri
Se a história do povo de Israel foi passado, se já não são mais o povo escolhido de Deus, com certeza, estaremos presenciando uma promessa que Deus deixou de cumprir, pois, ele disse a Abraão que favria dele uma nação forte, e que esta nação seria seu povo. E como Deus não pode mentir, faço um desafio, tentei destruir Isreal, se algum povo conseguir isso, retiro minhas palavras, porém sei que as palavras de Deus são verdadeiras e fidedignas, dignas de observância. Com a vinda de Nossa Senhor Jesus cristo a promessa de Deus foi estendida a todas as nações, ou seja, todo aquela que fizer (seguir) seus mandamentos será contado como sendo parte de seu povo. A questão de Israel (país) deve ser considerada como cumprimento da promessa de Deus a Abrahão, pois Ele prometeu a Abrahão a terra de Canaã e preciso for além de suas extensões. Portando, não misturemos a promessas de Deus a Abrahão e a abertura de possibilidade dos gentios herdarem a salvação conforme prometeu Jesus. Ou a Bíblia é verdadeira ou não é. Mas bem sei que de fato ela é veraz. Deus nunca mentiu.
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