24 agosto 2010

Beco sem Saída


Nestes dias a revista Época publicou como matéria de capa, os novos evangélicos. Nela foram retratados com diferenças os evangélicos que pregam com seriedade e os que fazem da pregação e do culto um meio de ganhar e iludir os fiéis.
Com misto de alegria e ceticismo li e repasei aos amigos o que encontrei nas páginas.
Pensei: “Será que viveremos os dias passados em que quando perguntavam se éramos da Igreja Universal dizíamos que éramos da igreja do Caio Fábio?” Ele era na época um divisor de águas. Não que quisesse isso, mas a sociedade naturalmente fazia a diferença e usávamos sem problemas.
Aqui no Brasil, somos farinha do mesmo saco para a imprensa, mas a revista pela primeira vez publicou com misto de seriedade e desconhecimento esta matéria em que propõem existir um novo Evangelicalismo escondido e emergindo devagar aglutinando os descontentes da igreja institucionalizada.
Só que o problema se torna um beco sem saída porque muitas delas não têm a mensagem safada dos picaretas da fé, mas tem em sua estrutura um modelo empresarial e elitista.
Fugimos da mensagem com segundas intenções, mas caímos na estrutura empresarial que nos trata como peças e não como gente. Falar com o pastor é tão complicado e difícil quanto falar com Silvio Santos ou Eike Batista.
Para conversar com o pastor é preciso passar por uma agenda e por trás dela uma secretária muito bem preparada que sabe filtrar o que o pastor quer ou não quer.

Por outro lado, se ele abrir a agenda por completo ele vira refém do povo e num certo momento eles pedem a crucificação.
Gente boa e gente séria que poucos têm acesso! E a dúvida é se algum dia fugimos disso, porque vejo que ora estamos numa e ora estamos noutra.
Beco sem saída!
Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come!
De qualquer forma pode ser um começo o que a revista retratou, mas a minha desconfiança é se desse meio pode sair alguma coisa boa?
A imprensa não dá ponto sem nó! É difícil olhar para as matérias sem desconfiança ou com simplicidade. É perigoso tentarmos fazer dos entrevistados os nossos ícones como foi Caio Fábio.
Eu sei que nisso tudo ainda há e sempre terá boas igrejas, mas igrejas não são estruturas ou programas que venha entretar ou nos deixar mais contentes com a vida. Igreja é comunidade de cura, de perdão e crescimento.


3 comentários:

Anônimo disse...

Fala aí, meu primo! Td bem? Espero q sim.

Sobre a reportagem, a única coisa que desejo acrescentar aos seus comentários é que a proposta teológica desse "novo" grupo é perigosa, especialmente para a juventude. O Evangelho genuíno não precisa de uma nova leitura, basta ser implementado em sua integralidade. O que eles propõem é um diálogo exagerado com a cultura, ao ponto de misturar alhos com bugalhos e levando os jovens, principalmente, a um relativismo perigoso que mais os afasta do que aproxima de Deus. Na minha humilde opinião.
O fato é: não queremos robôs ou meros papagaios, mas os jovens não podem ser orientados a ver tudo como relativo. O sistema do mundo já nos apresenta isso. Será que a Igreja, e seus "novos" idealistas, vão entrar nessa também? Tenho saudades, apesar de ter me convertido bem depois disso, de ver pessoas propagando o Evangelho e suas novidades independentemente do que as pessoas pensariam delas...

Abraços!

claudiopimenta disse...

Com todo o respeito tem muitos grupos que se reunem em casas como no inicio do evangelho no brasil que sao sadios e equilibrados
Foi-se o tempo em que os crentes eram conhecidos de longe, se tivessem com biblia e vestidos moderadamente eram batistas ou presbiterianos , se estivessem vestidos com roupas exageradas para santidade exterior eram da assembleia de Deus MAS todo mundo respeitava pois eram crentes de testemunho de vida independentemente de serem tradicionais ou pentecostais, crentes eram respeitados , lembro-me que PASTOR era respeitado pelo seu carater, hoje esse nome vale menos do que um de uma meretriz pois com o aumento dos falsificadores do evangelho todos pagam o pato, o povo coloca os crentes todos numa mesma sacola

claudiopimenta disse...

Acho meio complicado a coisa
Aqui em Fortaleza TEM ruas que em menos de 500 metros de distancia tem 20 denominaçoes diferentes, igrejas de todo tipo com poucos ou muitos membros, igreja que pede 30 % de dizimos sem falar dos sacrificios, e varios tipos de ofertas fica muito dificil crer em alguma coisa