A igreja precisa de um derramamento de criatividade!
Arcaicamente pedimos um derramamento do Espírito Santo como uma repetição de Atos 2, como se isso fosse mudar nosso jeito de ser.
Ainda vivemos sob os auspícios da reforma protestante americana, inglesa, saxônica e outras mais. Aqui no Brasil se pratica o mesmo que nos Estados Unidos e não levamos em conta o que se faz por aqui.
Nossas músicas são americanizadas e nosso jeito de cultuar também
Enquanto a festa de carnaval demonizada por todos nós acontece, nossas igrejas buscam freneticamente lugares para se retirar. Participei de diversos acampamentos e neles tive minha vida edificada, mas precisamos refazer a forma da igreja no Brasil. Enquanto nas ruas o povo explode de bebida, drogas e sexo livre, nós nos beatificamos numa santidade exclusivista e medrosa. Na verdade, acredito que nos retiros, afirmamos nossa covardia para fazermos o que se deveria fazer, pois nos falta criatividade para tal.
Entendo que o retiro, ou acampamento de carnaval, tem um propósito que só atende a quem pertence o grupo retirado. É bom o vínculo que se estabelece e é saudável viver uns dias em comunidade, mas prestamos um dês-serviço ao país com esta atitude.
Sem participar de retiros por algum tempo, neste carnaval, fui às ruas ver o que acontece. Não estive na grande cidade, mas no interior de São Paulo e na praça central, vi jovens e velhos pulando com as músicas promovidas pela prefeitura local. Poucos estavam com fantasias. Muitos, ainda se vestem invertidamente, uma total falta de criatividade também. Homens como mulheres e mulheres como homens. Fiquei pensando! Como seria legal a igreja se unir e botar na rua uma escola de samba com alegorias bíblicas, morais e reflexivas, incitando o povo a pensar nos perigos da vida e como se vive. A criatividade que temos no seio evangélico é pobre. Achamos que igrejas moderninhas que ousam fazer um culto diferente são criativas. A Igreja Bola de Neve, reduto dos jovens surfistas tem um púlpito em prancha de surf, mas o pastor diz que crente gosta de glamour. Que besteira é essa? A Renascer que na década de 90 abriu para um louvor roqueirizado se rendeu a prosperidade, talvez porque faltou criatividade. Quando a perdemos regredimos ou estacionamos no fundamentalismo, o inferno na terra.
Karen Armstrong diz: “O fundamentalismo se mantém na defensiva e rechaça qualquer ponto de vista rival – mais uma expressão de intolerância. Os fundamentalistas cristãos são inflexíveis no que julgam moral e socialmente corretos. Lutam contra o ensinamento da teoria da evolução em escolas públicas, são patriotas fervorosos, mas avessos a democracia, vêem o feminismo como um dos grandes males do momento e fazem campanhas contra o aborto. Alguns extremistas chegaram a matar médicos e enfermeiras que trabalhavam em clínicas de aborto. Estão convencidos que suas doutrinas são uma expressão precisa e definitiva da verdade bíblica e que cada palavra bíblica é literalmente verdadeira. Acreditam que os milagres são uma característica essencial da fé cristã e que Deus dará o que pedem em oração.”
Esse grupo não permite criatividade, pois a tradição é o elemento fundamental de suas crenças.
Quando Deus se revelou em Jesus, vemos Nele a criatividade eterna levando-nos a um momento único e diferenciado do antigo Judaísmo.
Tudo se fez novo e agora tudo se faz velho!
Oro urgente por um derramamento de criatividade na igreja, mas que venha com conteúdo, consistência e profundidade, para que não sejamos idiotas, circenses e distraidores de bodes.
Anseio por uma criatividade que tenha amor, compaixão, disciplina, decência, humildade, verdade e acima de tudo Jesus. O que ousou ser criativo em um tempo que a criatividade levava a morte. Será que estamos verdadeiramente propensos a tomar a cruz e segui-lo?
2 comentários:
certa vez uma igreja de Bauru/SP desfilou com um bloco nas ruas em dias de carnaval. Resultado! Nada!!!! Acredito sim que seja necessário criatividade cristã, mas se aliar àquilo que pessoas perdidas fazem... No fundo muitos cristãos ficam maravilhados com as festas populares, seria a gota d'água para que fossem "matar a vontade". Se igrejas se abrirem para as comemorações populares, o que será dos nossos cultos? Em muitas igrejas já existe uma banalização ao que se refere ao cultuar com reverência!!! Concordo plenamente que na maioria das vezes "retiro", e o próprio nome diz, é uma fuga da realidade, por isso ainda acredito no trabalho de cada cristão, buscando, iluminando, orando, jejuando, mudando a forma do mundo e não tomando a forma do malígno.
e Pr. Jeam os crentes estão submersos em uma cultura como a descrita, como que, o que contamina o homem é o que vem de fora não o que sai de dentro....tomar forma?....rs...
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