30 outubro 2014

OS PAULISTAS SÃO ARROGANTES!!!!



Os paulistas são arrogantes!!!!
Este título é pra chamar sua atenção, é óbvio. Eu não creio nesta generalidade, mas quero aqui expressar minha indignação pelo que ouvi estes dias de uma senhora que atendi e pelo que vejo nas redes sociais pós eleição.
A senhora de uniforme da empresa, aparentando ser faxineira e o é, entrou no elevador juntamente com homens vestidos de paletó e um deles lhe perguntou:
- Sabe por que a Dilma ganhou a eleição?
- Não, e você sabe por acaso? – Devolveu a senhora já se defendendo por saber que sendo nordestina e faxineira o indagante queria lhe ofender.
Ao ouvir isso dela, emocionada pelo ataque, não pude conter minha “raiva” e indignação por esta eleição que foi mais uma declaração de xenofobia e arrogância do que qualquer outra coisa.
Leio sempre que “somos nós que pagamos a conta da bolsa família”, “somos nós que trabalhamos enquanto o PT rouba” dizem os paulistas. Após a eleição, foi uma avalanche de mapas mostrando uma proposta de separação de São Paulo do resto do Brasil. AFINAL DE CONTAS, OS PAULISTAS PENSAM QUE SÃO O QUE? O UMBIGO DO MUNDO?
São os mesmos que idolatram os EUA e elogiam suas políticas e porque não vão morar lá de uma vez?
Que nojo esta postura paulista, que asquerosa gente deste perfil!
Não consigo acreditar que um partido político irá salvar nosso país e nem a minha vida de um caos ou me levar a uma vida feliz, mas acredito que ofender o pobre ou desprezar quem quer que seja ofende diretamente a DEUS. Aqueles que leem meu texto e não acreditam Nele, não se exime da punição Dele, pois ELE existe independente de você acreditar ou não. Mas aqueles que seguram uma Bíblia na mão e agem com discriminação é passível de maior punição. Jesus foi claro em defender os pobres e os gentios. Sua fala é notória no sermão do monte. Seus feitos e palestras eram seguidos de refeições aos pobres e desvalidos. Sua vontade de socorrer os doentes era clara.
Os paulistas dizem que o assistencialismo do governo deveria ter começo meio e fim, usam até personalidades americanas para justificar isso, mas o que eles são? Apenas mortais intelectuais que provavelmente nunca sentiram fome.
Todos nós sabemos que haverá uma quantidade de pessoas que nunca ascenderão na vida por causa de suas limitações mentais, afetivas e intelectuais. Umas por causa da genética, outras por conta de má alimentação infantil e outras por conta de cultura.
O que fazer? Deixar que morram? Eu queria ver o governo baixar um decreto dizendo que mesmo que tenham dinheiro, as máquinas do hospital que mantém alguns ricos vivos deveriam ser desligadas em trinta dias mesmo que não reajam a terapia.
No final das contas o que vejo é o príncipe mamon reinando em vários corações. Eu sei que o dinheiro move a vida de todos, mas ele não pode ser o centro.
Tudo tem os dois lados! Gente dizia: - Olha ai, a bolsa caiu o dólar subiu!
Economistas disseram que o dólar alto é ótimo para quem exporta, mas para quem importa é ruim e ai? Eu não sou economista e nem quero falar disso, apenas mostrar minha indignação pelo desprezo que os “estrangeiros” sofrem aqui na capital paulista.
É post mostrando os nordestinos vindo para SP atrás de vida melhor, é post mostrando que os paulistas decidem o PIB do Brasil, ora bolhas, os mesmo que também vão atrás dos EUA em busca de coisas e dinheiro. Queria ver os americanos tratarem vocês como vocês tratam os outros, assim como Jesus disse que seria!
Entendam uma coisa! Sempre haverá pobres na terra! Sempre haverá gente que dependerá de nós a vida toda! No meio desses com certeza virão o joio, virão os espertos, os vagabundos, mas na grande maioria estão os desvalidos, os que são limitados, são problemáticos que precisam ser carregados no colo.
Eu poderia conversar sobre psicanálise com alguns metidos a besta e dizer centenas de palavras desconhecidas e deixa-los com dor de cabeça por não entenderem nada, e por isso teria o direito de lhes chamar de burro, jumento, e etc.??
QUEM VOCÊS PENSAM QUE SÃO SEUS PAULISTAS METIDOS A BESTA?
Quando aqui cheguei em SP ouvia quase todos os dias que carioca é vagabundo, não gosta de trabalhar. Foi comprovado que os cariocas trabalham muito mais que os paulistas, pelo simples fato de serem mais lúdicos e menos rígidos proporcionando um ambiente de trabalho mais leve, sem pressão. E ai?
Jung quando na época do nazismo escreveu que o nazismo é uma expressão de um arquétipo doentio, arrogante e deprimente. Consigo enxergar o mesmo arquétipo em São Paulo. O espírito é o mesmo! O “arianismo” paulista!
O problema do nacional-socialismo e da psicologia coletiva alemã é extensamente tratado por Jung em Wotan, escrito em 1936, a psicose coletiva que já começava a se configurar em território alemão é descrita a partir da imagem arquetípica de Wotan, deus nórdico pagão dos germânicos, das tempestades, da efervescência, da inspiração e da guerra, entre outros atributos.
Jung interpretou o nacional socialismo como fenômeno patológico, de identidade. Uma irrupção do inconsciente coletivo. "Wotan” havia tomado posse da alma do povo alemão. Jung traça o paralelo entre Wotan redivivo e o fenômeno nazista, onde Wotan é uma personificação de forças psíquicas que corresponde a "uma qualidade, um caráter fundamental da alma alemã, um "fator" psíquico de natureza irracional, um ciclone que anula e varre para longe a zona calma onde reina a cultura". Os fatores econômicos e políticos pareceram a Jung insuficientes para explicar todos os espantosos fenômenos que estavam ocorrendo na Alemanha. Wotan reativado no fundo do inconsciente, Wotan invasor, seria explicação mais pertinente.

   Procurando caracterizar dentro do referencial arquetípico a nuvem obscura que já toldava os céus europeus, Jung lembra neste texto que quando há o domínio da massa, o indivíduo cessa de comportar-se de forma adequada, regida pelos cânones que até então orientavam sua consciência. Dominam então os arquétipos do inconsciente coletivo, com consequências imprevisíveis. Na psicopatia, assim como na histeria, Jung nos lembra, ocorre uma enorme dissociação da Sombra, uma cisão que leva fatalmente a constantes e perigosas atuações. “E quando não é mais possível negar o mal, surge o ’super-homem e o herói’ que se enobrece pela envergadura de suas metas”.
Jung procura entender todos estes fenômenos que afetam o homem civilizado ocidental, usando mesmo o parâmetro transcultural, a partir da convivência que teve com povos assim chamados primitivos. Na verdade, os atos colonialistas de agressão que o homem branco chamado civilizado cometeu contra os povos pré-letrados são inumeráveis.
Assim se comportou os paulistas depositando no Aécio sua crença!
Assim se comporta a sociedade paulista contra os nordestinos!
ACORDA GENTE BOA, NÃO DEIXE CERTOS PAULISTAS ESTRAGAREM AS COISAS BOAS QUE SÃO PAULO FAZ PELO BRASIL, POR TODOS NÓS!

06 junho 2014

Resposta a Revista Cult sobre Psicanálise e Religião

http://revistacult.uol.com.br/home/2014/05/freud-salva/



Considerações sobre a matéria da revista CULT número 190, mês de Maio 2014 sobre o Dossiê “Psicanálise e Religião – No divã com Jesus”.

Sou psicanalista desde 1997, formado por uma escola no Rio de Janeiro denominada Academia Brasileira de Psicanálise Clinica (ABPC) que encerrou suas atividades em 2000. Neste ano de 2000 fui convidado pela citada sociedade na referida matéria, a SPOB que abriu pelo Brasil, cursos de formação psicanalítica para todos que possuem graduação para coordenar em São Paulo uma turma de formação psicanalítica. Viajei pelo Brasil ministrando aulas e em diversos locais a turma era repleta de profissionais da saúde, como médicos, dentistas e enfermeiros. Em alguns locais era escasso o numero de pastores. Mas em outras, eles estavam presentes! No mesmo ano de 2000 a revista Veja me entrevistou editando de forma irresponsável o que eu havia dito na ocasião. Mas isso não vem ao caso aqui nesta minha carta aos senhores da revista CULT.
A propósito da questão que envolve religiosos na psicanálise e a tendência da matéria em negar a possibilidade, é peculiaridade do Brasil, que não consegue trabalhar o conceito espiritual e religioso sem desvincular a dogmática de cada instituição religiosa. Embora a matéria tenha sido ampla, a psicanálise não é a única visão sobre o homem e nem a única escola de formação sobre a funcionalidade da terapia. Jung por exemplo, conversa muito bem com a religião, pois tinha de “berço” o seu pai que era pastor, mas via nele a “incompetência” em dialogar com os postulados da fé, tal qual fazem hoje alguns pastores, que imbuídos de conteúdos formatados em seu inconsciente, sofrem de fobia em apenas considerar alguns textos bíblicos sem serem eles dogmáticos. 
Veja o exemplo do patriarca Abraão que pede para seu servo buscar uma esposa para seu filho Isaque, como meio de ser confortado da morte da mãe. O texto diz que Isaque coabita com Rebeca, sua esposa, na tenda da mãe. O que é isso, senão um complexo de Édipo? (Gn.24) No Novo Testamento vemos Jesus entrando no tanque de Betesda, lugar de muitos enfermos, perguntar a um enfermo há 38 anos, o que o sujeito quer. Parece pergunta idiota, mas na concepção de Jesus me parece que há pessoas que vivem da doença. (João 5)
No livro de Ezequiel 16.26 Deus diz que Israel se prostituiu depois de ser salva por Ele, trocando-lhe pelo Egito que tinha pênis grande. O próprio Deus usa a figura fálica para descrever o prazer pulsional de seu povo, mas o problema são os pastores pudicos que não podem ver tal fato por estarem cegados pela dogmática de cada instituição que não permite pensar “fora da caixa”.
A psicanálise Freudiana é uma formação, como temos a psicanálise Junguiana que por respeito a Freud, Jung não denominou assim a sua teoria, mas como Psicologia Analítica. Eu me pós graduei nela por entender que quem vê uma teoria só, não viu nenhuma. Jung conversa com a religião e vê nela não apenas os conteúdos sexuais, mas os arquetípicos. Temos também Eric Berne que nos ajuda a entender a dinâmica dos relacionamentos com sua teoria do Pai, Adulto e Criança. Temos Adler à segunda escola psicanalítica que mostra que o homem sofre de complexo de autoestima relacionada ao poder. O Viktor Frankl que nos apresenta o sentido da vida, permitindo assim superar as dificuldades, considerado com a Logoterapia, a terceira escola psicanalítica de Viena. Frankl tem um livro onde fala da presença ignorada de Deus no inconsciente de cada um. Dizer que fé e psicanálise são incompatíveis a meu ver é ignorância. Freud é o pai da psicanálise, mas outros já pensavam na mesma direção em seu tempo.
A psicanálise em consultório não se presta a dar aulas ao paciente, ou no espaço terapêutico ao cliente como gosta de chamar Jung. Mas de ouvir, permitindo assim na escuta psicanalítica sem julgamentos, que o sujeito perceba o que está lhe ocorrendo. Nesta dinâmica o mais importante não é o terapeuta saber do que o sujeito sofre, mas ele mesmo descobrir isso pela condução do profissional. É claro que o profissional precisa conhecer muito bem os sintomas, mas a escuta é mais importante que tudo.
Em meus 15 anos de atuação em psicanálise, meus maiores clientes são os oriundos de igrejas, que por elas, alguns foram neurotizados e outros não tiveram o espaço para falar sem serem julgados. Casamentos maus vividos por conta de não se ter na relação à verdadeira compreensão do outro e que não encontram nos gabinetes pastorais a escuta necessária para que se permita conhecer seus “fantasmas” e dialogar com eles. A formação pastoral muitas vezes é de cima pra baixo. Do tipo: - Aceita ou você é rebelde não convertido – O Que não ocorre quando se tem o conhecimento da psique!
Certa feita atendi um crente piedoso que sofria de pânico. Em nossas conversas, investiguei se ele havia sofrido repressão na infância de forma traumática. Contou-me, e havia lembrado ali no consultório, que muito pequeno, andando com seu pai pela rua, pegou um preservativo usado e seu pai, ao ver isso, lhe bateu na mão dizendo que aquilo era sujo. Vivenciando esta experiência reprimida, internaliza a visão de que sexo é sujo, logo, é pecado, se é pecado, Deus odeia. Em seu casamento, ele surta com todos os sintomas do pânico lhe impossibilitando de vivenciar as delicias do sexo com sua esposa e até este momento comigo, era assombrado não lhe permitindo ser livre. Tinha em seu matrimônio um arquétipo sujo introjetado por seu pai e Deus na sua fé é o pai maior. Problema funcionando de maneira inconsciente!
Eu acho “engraçado” o pastor dogmático aconselhar o membro de sua igreja a procurar um médico quando se tem problemas de saúde física e não aceitar a procura de um profissional de saúde mental, pois muitos acreditam que este quesito, é resolvido pela oração ou pelo discipulado. Creio neles, não os nego, inclusive os pratico, mas por que não incluí-los na sessão e deixar de insistir em dicotomizar as coisas? A vida é um todo e o todo está na vida! No meu entender, tanto Freud quanto Jung e os outros, não inventaram nada, apenas os identificaram nas vidas.
A terapeuta alemã Hanna Wolff em seu livro “Jesus Psicoterapeuta” editora Paulinas, diz que percebia uma melhora em seus pacientes quando ela citava histórias bíblicas. Citar histórias bíblicas não é o mesmo que citar histórias gregas, literárias e etc.?
A questão é que quando se fala de Deus, Jesus ou mesmo de Bíblia, estamos falando de religião e esse era o problema que Viktor Frankl acreditava ser complicado principalmente no Ocidente que não sabe trabalhar a espiritualidade desprovida de religião. O próprio Jesus não era religioso e nem fundou o cristianismo. Jesus era judeu e judeu cultural, muito mais do que religioso.
Certa feita atendi uma mulher agressiva, que de propósito a encaminhei para um pastor conselheiro de crenças noutéticas, critico de práticas psicológicas na igreja. Dias depois me telefonou para dizer que não conseguia êxito com a mulher. Claro que não conseguiria, pois o problema dela não era de ordem moral, mas psiquiátrico. Encaminhada para um psiquiatra para ser medicada e em terapia, ela melhorou e pode expressar melhor a sua fé.
Bem, teria eu diversas outras considerações a fazer sobre a matéria, mas não sendo oportuno, as apresento somente estas.

22 maio 2014

A vida de Karl Marx



A vida de Karl Marx

Quando quero estudar uma teoria busco primeiro conhecer a vida do criador. Assim foi com Freud, Jung, Adler, Eric Berne e Franklin. Freud era apaixonado pela mãe, por isso desenvolveu a teoria Edipiana e a sexualidade psíquica. Jung tinha conflitos religiosos, por isso que desenvolve os arquétipos e demais conceitos complexos. Adler tinha um defeito no pé e desenvolve a teoria do complexo de poder. O positivista Viktor Franklin sobrevivendo à prisão nazista compreende a força psíquica que nos leva a superação. O desconhecido Eric Berne que desenvolve a Análise Transacional, não é aceito na IPA e cria o conceito Pai, Adulto e Criança, nada mais que Id, Ego e Superego de Freud.

É importante vasculhar a biografia de grandes nomes para se melhor compreender sua filosofia. Recentemente saiu na revista Aventuras da História a biografia escondida de Karl Marx, o pai do comunismo pregado por muitos aqui no Brasil. Sua teoria é chamada de Marxismo. Não demorou muito para ser revelado que ele era burguês e não gostava de trabalhar. Adúltero, teve um caso e uma filha com a governanta, filha essa que foi criada por seu amigo Engels, acobertando assim o fato. Marx era um bêbado, péssimo pai e um descontrolado com o dinheiro. Sem contar seus casos de expulsão em vários países. Assim vivia Marx que segundo a nova biografia, gostava de tirar proveito dos amigos. Um verdadeiro folgado, na gíria popular. Não podemos negar que sua teoria é fantástica, principalmente para ele mesmo que não gostava de trabalho. Só lamento existir por aqui em nossas igrejas, pastores que admirem um sujeito assim. Não há nada para se admirar em Marx e muito menos a sua teoria. Para quem o dinheiro é um problema, a família é um estorvo e os amigos são uns trampolins ou até mesmo investidores do folgado. Percebo que o PT tem o mesmo DNA.

Meu velho pai já dizia: Junte-se aos porcos e farelo comes!
Fonte: Revista Aventuras da História N.131 – Junho 2014

19 maio 2014

Babaquice


"É babaquice" expressou Lula a imprensa sobre questionamentos populares de querer chegar dentro dos estádios de metrô. -O brasileiro gosta de andar a pé! Se explicou o ex-presidente.
Em sua primeira eleição eu fui convidado por um amigo do PT para escrever como evangélico no jornal petista sobre "O porque de Lula presidente". Na ocasião manifestei minhas idéias utópicas sobre um país melhor, um presidente mais justo, com olhares para os pobres. Um governo do povo e para o povo. O que em algumas "cositas" foi, mas tão logo tomei atento, estava lá, o meu presidente aguardado por anos, negociando com a corja velha do Senado e Congresso. Sei que não há como governar sem conversar com os antigos, principalmente aqui neste país de capitanias hereditárias, mas confesso que não gostei. Mais pra frente ele propicia a farra dos bancos! Os banqueiros encheram "as burras" de dinheiro e nós de juros. Como sempre, bancamos a maioria da classe rica deste país como uma pirâmide financeira. Sem contar que desde sempre, a melhor gasolina é vendida aos estrangeiros, a melhor banana, sem mancha na casta é vendida também aos gringos. Tudo que temos de bom é vendido e o mais ou menos fica para nós. Por isso que Lula disse que é babaquice querer o que é bom. Sim, foi assim mesmo que eu interpretei sua expressão. Andar é bom quando estou pronto para tal, coisa do tipo, cooper, ginastica, passeio e etc, mas quando preciso chegar, a pé nunca foi bom. Então, é babaquice querer o melhor? É babaquice lutar pelo que é bom?
Proponho aqui a babaquice de sair para votar nas eleições e votar na Dilma que é indicação de Lula. Babaquice escolher deputados e presidente, bem como prefeitos e governadores, porque tudo continuará como sempre. A mais pura babaquice! Eles enchendo as "BURRAS" de dinheiro e nóis pagando a conta.
Não preciso dizer que minha decepção com o PT e o senhor LULA é grande né? Ou também é babaquice?
 

13 março 2014

Cisma




No dicionário, esse termo é descrito como rompimento de um grupo religioso. Pode também ser designado para pessoas desconfiadas.
Ao longo da história, vários cismas foram feitos. Os protestantes como foram apelidados pelos católicos, provocaram um cisma, que a meu ver não é bem um cisma. O rompimento não gerou uma Igreja Católica aparte, mas outro movimento.
Geralmente o cisma é provocado por grupos internos que discordam de outro grupo interno e se há grupos internos não há unidade. Chega perto da intolerância ao outro. O “outro” na concepção de Lacan (psicanalista Francês), é visto como um oponente e por causa de minha insegurança eu preciso eliminá-lo. Segundo o filósofo Sartre, o inferno são os outros. (...)
O cisma é sempre oriundo de posições inflexíveis que nascem de um coração arrogante. Um sujeito carregado de um complexo de inferioridade, se investe da síndrome messiânica e como sempre são inteligentes, se embasam num discurso absolutamente organizado e lógico passando a investir contra o outro, puxando para o seu lado os que observam de longe mas não possuem nem a coragem e nem a petulância alheia do cismático.
Contudo, o cisma pode parir outro movimento, que dentro dele mais tarde pode vir a lhe apunhalar pelas costas. Ou, mais tarde chegar-se à conclusão que tudo não passou de uma grande bobagem, já que nunca se sabe tudo da história e o presente é míope perante o futuro. Investido de personalidade adolescente, os provocadores do cisma cismam que estão certos e de que se o rompimento não ocorrer, uma desgraça maior pode acontecer. É sempre um movimento na direção da preservação, creem os cismados e cismáticos.
A proposta sempre me pareceu ser o diálogo, sobretudo acompanhado de uma boa dose de respeito e acima de tudo desconfiança sobre minhas opiniões. Digo “de passagem” que não se trata de fragilidade em minhas crenças, mas compreensão tão forte delas que posso ouvir o outro sem me sentir ameaçado de forma que venha até mesmo respeitar o cismado. Se não me falha a memória, o apóstolo Paulo fala algo parecido em sua carta aos Romanos no capítulo 14. Depois dá uma lida lá gente boa.
Seguindo adiante, o cisma só envergonha nossa humanidade. Ele mostra o quanto somos bons faladores, mas péssimos praticantes. Exigimos respeito, mas nunca respeitamos opiniões contrárias, e o discurso bom é sempre na órbita do “se eu concordar estou permitindo o erro”, como se fôssemos detentores e guardiões da verdade. Não quero aqui defender o direito constitucional de uma organização de advertir os errantes (pois eles existem) dos seus erros mediante a escrita constitucional, mas apenas lembrar que erro não é se portar de forma diferente dentro da mesma verdade. O que digo então? Digo por exemplo que se é constitucional se portar de forma decente em ambientes solenes, eu preciso primeiro reparar o que o ambiente entende de solene. Não posso ir há um casamento de short por exemplo. Seria no mínimo falta de respeito aos noivos! Temos um problema ético, mas não constitucional.
O problema surge quando os “advogados”, especialistas em buscar brechas na lei, crescem contaminados pelo ego narcisista e arvoram inconstitucionalidades no comportamento do outro.
O cisma também retrata que a unidade é muito desrespeitada, pois os cismáticos acreditam que é preciso defender a causa, não se dando conta que o outro é a causa a ser defendida. Matamo-nos um ao outro em nome da ordem. Aquele dito popular que meu direito termina quando começa o do outro não é respeitado. Neste caso os limites não se interpretam pelos limites, mas pela intolerância. Complica!
Às vezes é preciso romper mesmo com alguém ou com uma organização, mas isso não é um cisma, é apenas “tirar meu time de campo” por não concordar com tal postura a mim imposta. Isso é simplesmente sair de fininho e buscar outro “guarda chuva” ou ficar na chuva mesmo. (rs)
Concluindo, o cisma sempre machuca. Sempre fere e constrange, porque retrata muito mais a doença do que a cura.
Entendeu gente boa? Se ao menos não entendeste é porque já pode estar contaminado pelo cisma. (rs)
Meu desejo é levar você a reflexão!

Antonio Jeam
Seu amigo sem cisma!