16 junho 2009
Choro de raiva ou pena?
Estou triste,
Acordei triste hoje, e ando meio desiludido com o que vejo. Primeiro a decepção com os arraiais evangélicos, e com a própria Instituição Evangélica, que abriu mão de valores básicos e está negociando outros valores, como status, fama, poder e dinheiro.
Segundo, porque vejo na maioria das pessoas da fé, uma profunda falta de raiz com os valores que eu achava que elas tinham. Ninguém tem convicções sólidas, o relativismo de fato, ocupou a mente de quase todos.
Duas pessoas me procuraram para dizer que estavam deixando a suas “igrejas”, porque estavam com situações irregulares na vida conjugal, mas esse não foi só “o” problema. O que me deixou triste e perplexo é como acharam tão fácil renegar a fé, e a igreja, sem nenhum senso de perda. Tudo é como se os vínculos espirituais não fossem mais nada.
Acabei de ouvir um amigo meu, veterano no evangelho dizer que está gostando muito de um pastor Adventista, que prega muito bem na TV! Fiquei curioso, porque sei que o tal pastor só prega heresias (ora bolas, o pastor é adventista...), e ele, veterano crente no seio evangélico, nem sabe mais discernir o que é certo ou errado, e o que aprendeu anos a fio, ou será que não tinha aprendido nada?
Acabei de receber um vídeo pela Internet de uma pessoa evangélica próxima: Adorou o vídeo... Mas ela não se deu conta e que o vídeo é uma pura mensagem das Testemunhas de Jeová! Não teve ou tem nenhum pouco de senso bíblico crítico.
Levei outro susto quando fui conversar com uma determinada pessoa que me disse que ia mudar de igreja, porque estava querendo variar um pouco, apenas por isso. Perguntei-lhe: Mas sua igreja está com algum problema? Ela me disse friamente: Não, não há problemas, mas o pastor de lá me chamou para conhecer um pouco a igreja dele, e vou ver se é legal... Isso me assusta. Mudar de igreja para ver se lá é legal!
Muda-se de igreja hoje como se escolhe uma blusa, uma muda de roupa, que pode ser melhor que a usada no dia seguinte, ou uma nova lanchonete na área a ser experimentada. Onde estão as Raízes?
Em terceiro lugar, tenho visto uma profunda desvalorização do caráter, onde não escapa nem os líderes, que perderam os escrúpulos e não estão nem aí para a ética, para o “agir” bem, para o compromisso com a seriedade, aliás, acho até que alguns esqueceram o que significa essa palavra... Traem, enganam, falam mal, criam situações embaraçosas, dissimulam, fazem qualquer negócio para conquistar ou ganhar algum prestigio em troca de uma idéia nebulosa de se perpetuarem no comando ou num poder tão firme como a área da praia e tão sólido como a neblina que se esvai com o calor do sol. Quanta tolice!
Acho que alguns deveriam refazer a matéria chamada ÉTICA nos seminários onde aprenderam a teologia... Bobagem, teologia sem ética é mais perigosa ainda...Mata!
Em quarto lugar, muitos que ainda mantinham escondidos os seus problemas e a sua pequenez, além de perderem o caráter estão também perdendo a honra. Não estão nem aí para o que os outros vão pensar do julgamento moral de seus atos, de sua postura e imagem pública. Estão olhando apenas para o seu interesse imediato, para o seu pequeno mundo de valores tão baixo.
Em quinto lugar, não consigo acreditar no que se faz em nome da fé...
Embora a história fale do que já se derramou de sangue em nome da “fé” e do “cristianismo” já era para desconfiar que não existem limites quando se quer usar a religião ou a “fé”, para fins espúrios, que vai de uma mentira banal a todo o tipo de má fé usada para que se logre êxito em qualquer coisa, nem que se negocie importantes valores espirituais, por interesses tão passageiros e ilusórios. Não há mais nada que não se negocie ou jogue fora, depois que se acabem os valores mais básicos de quem crê – a sua fé!
Pois é, está tudo mudado, não há de se apostar mais em nada, porque quando se perdem os valores, perde-se tudo, pois quando se vai a essência, o que fica é fumaça.
Mas eu ainda penso que vale a pena acreditar, ser honrado e honrar a fé, a despeito de tudo isso, afinal, Jesus já havia dito: Quando o Filho do homem voltar achará fé na terra? (LC 18:8). Cada dia fica mais difícil admitir que essa pergunta incomoda muito diante do que vemos e ouvimos.
Pense nisso.
Pastor Neucir Valentim
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4 comentários:
Pois é... Mais um Pastor cheio de tristeza... Cheio de amargura... E cheio de verdades.
Como faz a imprensa, notícias ruins vendem mais.
Gostaria de ver neste espaço ´Luz´ um pouco mais de alegria, incentivo para vida correta, esperança de influenciarmos o ´mundo´ através de nosso comportamento e exemplo e a mensagem do evangelho.
Que não olhemos pro lado pra criticar. Que olhemos pra frente, para o que vem e para cima, pra pedir por capacidade, sabedoria e perdão.
Gostaria de ver exemplos de gente que é feliz simplesmente porque entende a beleza e a graça de estarmos vivos exclusivamente pela misericórdia de Deus, porque a cada dia fica mais claro que nada merecemos... Basta ver tanta reclamação!!
Meu querido Marcos,
Eu não estou e nem sou amargurado, graças a Deus e ao Deus da Graça. Raramente escrevo sobre essas questões, mas não posso fingir, como pastor que milita há 20 anos e nasceu no evangelho aos 6 anos de idade, atravez de uma conversão genuína, sem família evangélica à época, que as coisas mudarm hoje, apenas isso meu amigo, no mais, se você me conhecesse melhor, saberia que eu sou tudo, menos amargurado ou pessimista, não é o meu feitio. Só não podemos criticar a janela pela paisagem que mostra.
Um abração para você.
Pr. Neucir Valentim
Antonio,
Esta noite tive a oportunidade de visitar a igreja do Renato Vargens e lá estavam a Mary Schultze e o Paulo da CPR e o assunto era exatamente este.
Creio, contudo que esté se levantando um movimento forte restauração, na internet se observa isto.
Meu blog vai na linha do humor e procura apontar barbaridades com artigos sérios e humor.
Faça uma visita.
Já sou seu seguidor.
Paranbens e se me permite publicarei no futuro algumas de suas reflexões, claro com links.
Graça e Paz
Danilo
http://genizah-virtual.blogspot.com/
Às vezes nos esquecemos que, embora sendo seres inteligentes, somos seres, também, limitados e, dentro desta limitação nos intitulamos donos da verdade, dentro daquilo que acreditamos ser verdadeiro.
Cada ser humano é único, em seu ser, e isso, faz com que cada um tenha a sua própria personalidade onde, conseqüentemente, surgem as convicções contrarias entre si o que causa, muita das vezes, grandes divergências pessoais.
Embora sendo a imagem e semelhança de Deus nós nos perdemos, quando o elo foi quebrado, devido à falta de obediência da criatura, e com isso passamos a individualizar todos os processos da vida a qual estamos inseridos, ou seja, nos separamos uns dos outros, mas Deus não é deus de separação.
É notório a todos que devido a essa situação é que surgem diversas denominações onde as mesmas se intitulam donas da verdade, em vez de aprendermos a suportar uns aos outros, devido as nossas peculiaridades individuais, simplesmente nos separamos e passamos a lançar dardos inflamados aos outros, o que na verdade deveríamos orar, uns pelos outros, para que o mal seja dissipado.
Dentro deste contesto vemos todas essas coisas acontecerem, o que na verdade acredito ser normal entre nós, pois somos fracos e reles pecadores que às vezes achamos estar fazendo o correto para Deus e na verdade estamos totalmente enganados.
Nisso se consiste a minha confiança em que Deus enviou o seu filho amado para restaurar esse elo e dar-nos a certeza da salvação. Não uma salvação imposta por homens de coração duro que se intitulam santos e julgadores do mundo e sim uma salvação obtida por misericórdia onde não tendo o merecimento Deus, soberano, usou de misericórdia para conosco.
JESUS CRISTO é esse elo e nEle devemos confiar.
Louvado seja o Nome do Senhor.
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