15 janeiro 2011

O que dizer diante de tudo que temos visto das enchentes?

Todos tem visto o que tem acontecido no interior do Rio de Janeiro e aqui mesmo em São Paulo com as fortes chuvas de verão. A bem da verdade é que todo ano é a mesma coisa no mês de Janeiro. Mas o que pega mesmo é a nossa consciência sobre a questão de Deus. Não há quem não pense: “Se Deus é bom porque ele permite isso?” C.S.Lewis o autor da história Crônicas de Nárnia tem um livro sobre o problema do sofrimento e ele diz:
"A possibilidade do sofrimento é inerente à própria existência de um mundo onde almas possam encontrar-se. Quando as almas se tornam perversas, elas certamente fazem uso desta possibilidade para se ferirem umas às outras. Isto talvez justifique quatro quintos dos sofrimentos humanos. Foram os homens, e não Deus, que inventaram a tortura, os chicotes, as prisões, a escravidão, as armas, as baionetas e as bombas. A pobreza e o excesso de trabalho são produtos da avareza ou da estupidez humana e não uma distorção da natureza. De todo modo, porém, existe ainda muito sofrimento que não pode ser atribuído a nós mesmos. Mesmo que toda dor fosse causada pelo ser humano, ainda assim gostaríamos de saber a razão para a tolerância por parte de Deus no que diz respeito à tortura que os indivíduos malvados infligem aos seus semelhantes (Em lugar de “malvados”, talvez fosse preferível dizer “as piores criaturas” Não rejeito de forma alguma o ponto de vista de que a “causa eficiente” da doença, ou alguma doença, possa ser um outro ente criado e não o próprio homem."
O problema é nosso e nunca de Deus! As leis que regem o universo estão estabelecidas e quando as quebramos sofremos as conseqüências. C.S.Lewis ainda diz o seguinte sobre essa lei e a dor que pertence a ela.
"E a dor não é apenas um mal identificável, mas um mal impossível de ignorar. Podemos repousar satisfeitos em nossos pecados e estupidez; e quem quer que tenha observado os glutões engolindo os alimentos mais delicados como se não soubessem o que comiam, irá admitir que podemos ignorar até mesmo o prazer. Mas o sofrimento insiste em ser notado. Deus sussurra em nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas grita em nosso sofrimento: ele é o seu megafone para despertar um mundo surdo. Um homem mau, mas feliz, é um indivíduo que não tem a mínima noção de que seus atos não são uma “resposta”, de que eles não se conformam às leis do universo.
Até que o perverso descubra que o mal se acha indiscutivelmente presente na sua vida, na forma de sofrimento, ele está envolto em uma ilusão. Uma vez que a dor o desperte, ficará sabendo que, de uma ou outra forma, se acha “em’ oposição” ao universo real: ou ele se rebela (com a possibilidade de um resultado mais claro e um arrependimento mais profundo num estágio posterior) ou então tenta fazer um ajustamento, no qual, se persistir, chegará à religião.
Não há dúvida de que o sofrimento como o megafone de Deus é um instrumento terrível, podendo levar à rebelião final, que não dá lugar ao arrependimento. Mas ele fornece também a única oportunidade que o perverso pode ter de emendar-se. Ele remove o véu, planta a bandeira da verdade na fortaleza de uma alma rebelde."
É assim irmãos! Tudo que precisamos fazer é sermos solidários ao que sofre, sem pensar na acusação que passa pela nossa mente de que ele é o culpado ou o causador de tudo isso, porque disso não precisamos que nos lembrem, pois já o sabemos pela dor.

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