Eu não gosto do natal! Mas não se assuste, porque eu não gosto é do que fazem com o natal!
A mídia tornou a comemoração do nascimento de Cristo em um mercado que privilegia os ricos, oprime os da classe média e exclui os pobres.
A festa de natal tem o seu ápice na comilança e no exagero das compras.
Na hora da dita ceia, Jesus não é nem citado, mas perto das zero horas, o “bom velhinho” é esperado com ansiedade. As crianças entram em frenesi e os velhos choram por ver a alegria das crianças. Alegria essa fundamentada no materialismo dos produtos comprados.
Lá fora, nas ruas e nas favelas, um outro choro, mas o choro de tristeza, choro de fome e de solidão.
Enquanto os ricos comem, os pobres jejuam esperando pelo dia seguinte onde quem sabe, poderão vasculhar os lixos pra ver se sobrou uma espinha do bacalhau pra chupar.
Um espírito de tristeza acompanha os que perderam entes queridos. Uma melancolia aprisiona os mais sensíveis e nas ruas não fica uma viva alma.
Eu não gosto do natal por isso! Gostava quando não era crente! Principalmente quando era criança, porque esperava como os outros o meu presente que pretendia ser o financiador de minha alegria por todo ano. Alegria falsa é claro. Não durava dois meses para ele ficar encostado em alguma prateleira, embora meus pais lembrassem dele por um bom tempo enquanto estavam pagando. É assim na vida de muitos que buscam prazer e alegria neste dia chamado de noite feliz.
Embora eu não goste do natal, usufruo dele ao redor da mesa, acompanhado da família e parentes, esperando a troca de presentes, mas agora com um “espírito” diferente do de antes. Eu não creio mais que eles me darão alegria por todo ano, que na realidade, eu nem espero mais presente algum. Meus filhos não ganharão presentes, para que saibam que essa data não foi criada para satisfazer a alegria do egoísmo amparada pelo capitalismo. Você que é crente, resista ao apelo mundano de comprar e proporcionar alegria falsa na mesa que deveria ser de todos e não apenas de alguns. Se todas as igrejas abandonassem suas abastadas festas e dessem comida pros pobres, o natal faria sentido!
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