1 Meus irmãos, como crentes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façam diferença entre as pessoas, tratando-as com parcialidade. 2 Suponham que na reunião de vocês entre um homem com anel de ouro e roupas finas, e também entre um pobre com roupas velhas e sujas. 3 Se vocês derem atenção especial ao homem que está vestido com roupas finas e disserem: "Aqui está um lugar apropriado para o senhor", mas disserem ao pobre: "Você, fique em pé ali", ou: "Sente-se no chão, junto ao estrado onde ponho os meus pés", 4 não estarão fazendo discriminação, fazendo julgamentos com critérios errados? 5 Ouçam, meus amados irmãos: Não escolheu Deus os que são pobres aos olhos do mundo para serem ricos em fé e herdarem o Reino que ele prometeu aos que o amam? 6 Mas vocês têm desprezado o pobre. Não são os ricos que oprimem vocês? Não são eles os que os arrastam para os tribunais? 7 Não são eles que difamam o bom nome que sobre vocês foi invocado? 8 Se vocês de fato obedecerem à lei do Reino encontrada na Escritura que diz: "Ame o seu próximo como a si mesmo"{1}, estarão agindo corretamente. 9 Mas se tratarem os outros com parcialidade, estarão cometendo pecado e serão condenados pela Lei como transgressores. Tiago 2.1-9
Acordei num desses dias qualquer e fiquei pensando muito neste texto acima. Em meus quinze anos de pastorado vivi muita coisa boa e muita coisa ruim. Entre elas a experiência de ter aporrinhações conforme texto citado. Vou explicar!
Todo pastor vive a situação de ter gente que vai e gente que vem na comunidade eclesiástica. Pois bem! Como pastor não me lembro de ter sido chateado por conta de gente pobre que sai da igreja. Por exemplo: “Pastor, porque o irmão José saiu da igreja? Sentiremos a falta dele!” José é um irmãozinho pobre, seu dízimo é em média R$ 30,00 a R$ 40,00 reais. José é um irmãozinho tímido, fala pouco, mora mal e quase não faz nada na igreja a não ser orar em silêncio e cumprimentar discretamente as pessoas. Talvez por causa da sua situação pobre e insignificante. Quando José fica desempregado é comum ouvirmos que ele está em pecado ou não fez o que é certo. Não me lembro de ser questionado sobre a vida de José. Por que ele deixou a igreja e se está precisando de alguma coisa. Amigos pastores também me falam que é comum José não ser notado e nem citado. Como pastor, José não me causa problemas com sua saída. Nem percebemos que se foi embora!
A complicação se dá com o doutor. Por exemplo: Quando um doutor deixa a comunidade, é típico alguns irmãos darem falta dele. Principalmente o tesoureiro (nem todos). O Dízimo do doutor chega há R$ 1.000,00 ou até mais. Quando o doutor tem problemas em sua vida, é o Senhor provando a sua fé e quando ele sai da igreja eu sofro. Sofro porque é comum irmãos me indagarem se eu não errei com o doutor e por ter errado com ele, foi-se. Muitas dúvidas são geradas quanto à postura pastoral! Questionamentos são feitos, do tipo: “Pastor, o senhor pegou pesado.” “Acho que seu linguajar foi ruim pro doutor.” Ou “Pastor, esse papo de pecado espantou o irmão, agora iremos sofrer nas finanças. “Acho melhor o senhor fazer uma visitinha”. O José ninguém me cobra, o doutor, é uma perturbação ferrada.
Um pastor amigo me disse que por três meses um doutor deu o dízimo de cinco mil reais, o que o pastor amigo ordenou que mandasse tudo isso pra missões, afirmando o seguinte. “A mensagem que pregamos aqui, esse tipo de gente não agüentará seis meses, então não contabiliza esse valor no caixa.”
O apóstolo Tiago afirma no texto acima que são os ricos que perturbam, “sacaneiam”, enchem a paciência e causam problemas. O pobre José não incomoda! Freqüenta certinho com discrição.
O rico é melindroso, desconfiado e maldoso! Qualquer comentário é pra ele e por ele.
O pobre, nem sabe que estão falando dele! Porque não falam!
Quando o pobre sai da igreja, é porque deu trabalho, “pisou na bola” ou já foi tarde. O pastor deu muito espaço e confiou demais.
Quando o rico sai da igreja é porque o pastor errou com ele e não deu atenção necessária.
Porque será que as pessoas se preocupam muito com o doutor e nada com o José?
Todos nós, pastores, ovelhas e líderes deviamos atentar melhor pra carta de Tiago. Acho que num certo sentido estamos dando os melhores lugares em nosso coração para os portadores de roupas boas e anéis caros.
Quem tem ouvidos para ouvir ouça o que o Espírito diz!
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