“Naquele momento os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: "Quem é o maior no Reino dos céus? "
Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: "Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.” Mateus 18:1-3
Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: "Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.” Mateus 18:1-3
Eu sempre ouvi a explicação deste versículo no sentido de que devemos ser inocentes como as crianças, puras e dispostas a aprender de Deus. Prontos para sermos moldados na mão do Pai. Sem dúvida que faz sentido se pensarmos a criança como se pensa nos dias de hoje. Para entendermos o que Jesus está de fato afirmando é necessário voltar no tempo e saber o que era a criança quando ele afirmou isso. Bem sabemos que certa feita os discípulos impediam as crianças de se aproximar de Jesus e examinando a época constatamos que as crianças não tinham qualquer reputação, eram consideradas sem importância ou valor. Não se dava atenção devida às crianças como hoje nós damos. Não se tinha lei de proteção a elas como temos hoje. Quando se dava dinheiro a uma criança, ela não considerava isso como pagamento pelo que havia feito, mas pura graça generosa de quem a deu. Se quisermos captar toda a mensagem de Jesus ao afirmar que temos de nos tornar como crianças é necessário entender que não temos valor algum. Não devemos buscar os primeiros lugares ou aplausos. Não devemos considerar honra ou qualquer consideração. Para Jesus, o sentido de sua afirmação era que seus discípulos deveriam entender que seriam pouco apreciados, sem importância. Isso não só muda como vemos a nós, mas como vemos a graça de Deus, muito pouco compreendida em nossas igrejas.
Ainda perpetua o conceito de melhor ou pior na igreja. Escândalos sexuais têm um peso e a fofoca tem outro. Achamos que quem pecou sexualmente é pior do que aquele que fala deturpadamente do outro e ainda mais, muitos pensam que a benção é impedida por Deus por causa do pecado, mas se esquecem que Deus nos amou sendo nós ainda pecadores, como não nos amaria agora com o sacrifício pago? A graça é um favor imerecido, mas as “cabecinhas” ainda pensam que é mérito. Um pouco de jejum e oração e penitencias conseguem arrancar um favor de Deus. Há quem pensa que se uma jovem fizer sexo com o namorado antes do casamento Deus irá punir seu casamento fazendo com que ele não seja abençoado. De onde tiraram isso eu não sei, mas buscar os pobres da igreja e assisti-los com os dízimos e ofertas não querem. Será que Deus está mesmo bravo com o amor de duas pessoas que irão se casar logo? E o que é casamento? Em Genesis temos a passagem que Isaque coabitou com Rebeca entrando na tenda da mãe e ali se casaram. No passado só havia casamento na igreja e quando o Estado criou o matrimônio reconhecido pelos tabeliães à igreja gritou. Achou um absurdo, mas hoje só se casa na igreja se tiver o tabelião e ainda insistem em dizer que o Estado não manda na igreja. È conversa de doido isso! Aceito quando esses líderes dizem que é regra da igreja, mas discuto quando dizem que é mandamento bíblico.
Estou a 20 anos pregando o evangelho e ainda encontro dificuldades de quebrar esses tabus em algumas cabeças. De fato é mais difícil se livrar das antigas idéias do que aceitar as novas, mas o problema é quando aceito as novas e ainda deixo as velhas vigorando em meu inconsciente. Ai fica vivendo uma incoerência tamanha que quando põe as idéias na mesa é aquela salada.